Médico de 83 anos volta a trabalhar e atende de graça

| 05/05/2020, 09:00 09:00 h | Atualizado em 05/05/2020, 09:12

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-05/372x236/medico-de-83-anos-volta-a-trabalhar-e-atende-de-graca-e6f56d5ecd3f04bd819be37d323f6545/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-05%2Fmedico-de-83-anos-volta-a-trabalhar-e-atende-de-graca-e6f56d5ecd3f04bd819be37d323f6545.jpg%3Fxid%3D120285&xid=120285 600w, O médico Visadal Santos de Oliveira é natural de Nanuque, Minas Gerais, mas atende em Colatina. Ele é alergista e também dermatologista, com mais de 50 anos dedicados à medicina
Este ano, o médico Visadal Santos de Oliveira, de 83 anos, havia planejado apenas cuidar da saúde. Após 50 anos dedicado à profissão, ele se aposentou no ano passado, mas a pandemia causada pelo coronavírus fez Visadal mudar seus planos e voltar à rotina do consultório.

Ele que é alergista e também dermatologista, mesmo aposentado, voltou a atender, este mês, de forma gratuita, em Colatina, Noroeste do Estado.

De acordo com a filha do médico, a dentista Carolina Mendes, de 29 anos, a decisão partiu da necessidade da especialidade de alergista na cidade, já que a procura aumentou com a Covid-19. “Em Colatina não tem muito alergista, e muita gente está com sintomas alérgicos, devido à mudança de tempo”, explicou.

O médico é natural de Nanuque, Minas Gerais, onde trabalhava até o ano passado, mas já atendeu pacientes em Nova Venécia, São Gabriel da Palha e Pinheiros, no Estado.

Além da idade, outra questão também tem chamado a atenção: o médico passa por um tratamento contra insuficiência renal crônica – que causa a perda das funções dos rins. Segundo Carolina, três vezes na semana ele faz hemodiálise.

“Em setembro do ano passado eu ganhei meu filho e no dia do parto ele passou mal. Descobrimos que ele tem insuficiência renal crônica. Com isso, trouxemos-o para Colatina, de forma definitiva”.

Nem mesmo a doença o fez desistir de voltar ao consultório. “Ele quer se sentir útil, vivo. Ele ama a medicina”, contou.

Mesmo com medo de que o pai esteja exposto ao coronavírus, Carolina diz apoiar sua decisão. “Ele é muito humano. Quando eu ‘crescer’ quero ser igual a ele”, afirmou emocionada.

A dentista afirmou que reconhece o trabalho dos profissionais da saúde em meio à pandemia. “Meu pai disse que nunca passou por uma situação semelhante a esta. Tenho admiração e respeito a todos os profissionais, que como meu pai, realmente têm amor e respeito à medicina”.

O médico atenderá a cada 15 dias, uma vez por semana, na clínica de Carolina. Além dos atendimentos gratuitos, ele também tem feito consultas particulares.

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