Mais de 200 profissionais de saúde infectados com coronavírus no Estado

| 21/04/2020, 16:40 16:40 h | Atualizado em 21/04/2020, 18:19

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Na linha de frente do tratamento e cuidados de quem está com o novo coronavírus, profissionais de saúde saem da condição de cuidadores para pacientes. Mais de 200 já foram diagnosticados com a doença no Espírito Santo.

O dado consta no painel Covid-19 alimentado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Segundo informações atualizadas na tarde desta terça-feira (21), ao todo são 206 profissionais de saúde com coronavírus, sendo que 32 deles já são considerados curados.

Dos 206 casos, 76% são mulheres e 24% são homens. Dentre os que têm problemas de saúde, a maioria (20 casos) possui doença cardiológica, diabetes (8), obesidade (6), pulmão (3), tabagismo (3) e renal (1).

A maior parte dos profissionais de saúde que estão com o novo coronavírus no Estado tem entre 30 e 39 anos, com 82 casos. Na faixa etária considerada inserida no grupo de risco, acima de 60 anos, são sete casos.

O painel Covid-19 também detalha os municípios onde esses profissionais residem. São 55 casos na Serra, 52 em Vila Velha, 51 em Vitória, 20 em Cariacica e 4 em Cachoeiro de Itapemirim, por exemplo.

Pedido para fazer rodízio 

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O presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Fernando Baptista, declarou que os dados divulgados nesta terça-feira acenderam um sinal de alerta.

"Na segunda-feira (20) eram 171 casos, mas agora já são 206. São 35 novos casos em 24 horas, um aumento de 20%. Isso mostra que estamos entrando em um processo de esgotamento e é preciso tomar uma ação imediatamente", disse.

Otto Baptista explicou que, no início da pandemia do Covid-19, em reunião com a Sesa, foi solicitado que o governo adotasse o sistema de rodízio para os profissionais de saúde, evitando assim que trabalhassem contaminados.

"Seriam equipes trabalhando a cada 14 dias, sendo que na saída desse rodízio o grupo que fez o plantão seria testado para o vírus. E quem estiver entrando faria também o teste para detectar que não está com coronavírus. É um modelo adotado para evitar a propagação do vírus entre os profissionais de saúde e dentro das unidades de saúde", explicou o presidente do sindicato.

Ele também alertou que pode haver um colapso no sistema: "Com esse aumento de casos nós vamos exigir a adoção do sistema de rodízio. O colapso vai acontecer. As escalas vão ficar furadas, os atendimentos vão ficar mais sobrecarregados. Médicos e demais profissionais da saúde fazem plantões em vários locais. Imagina a exposição deles e das demais pessoas?".

A reportagem do Tribuna Online procurou a Secretaria de Estado da Saúde sobre os dados. Assim que a resposta for enviada, esta matéria será atualizada.

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