Hospital de campanha não é a solução, defende secretário da Saúde
O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, voltou a dizer que a construção de um hospital de campanha não resolve a questão da necessidade de mais leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), um gargalo em meio à pandemia de coronavírus.
Em coletiva de imprensa feita por vídeo na terça-feira (16), ele disse que “construiu-se uma tese de que o Estado concentrou estratégia na compra de leitos privados” e de que “o Estado ficou refém da iniciativa privada”. Nésio refutou esse discurso.
De acordo com Nésio, os leitos de enfermaria não representam um indicador de risco extremo no Estado, não sendo determinantes para a decisão de um “lockdown” (fechamento total).
“Esses leitos não contabilizam na decisão de fechar ou não a atividade social. Nesse sentido, os hospitais de campanha não representam solução alguma para a oferta de leitos de UTI, que são os leitos que, de fato, determinam a possibilidade de fechar num momento de vulnerabilidade”, afirmou.
Nésio justificou que é melhor ampliar a própria rede hospitalar do que construir um hospital de campanha, que é temporário.
“O Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, por exemplo, tinha 20 leitos de UTI. No pós-pandemia, terá 40. O Hospital Geral de Linhares tinha oito. Depois, vai para 28”, exemplificou.
O secretário disse que o governador Renato Casagrande vai anunciar mais leitos ainda nesta semana.
OCUPAÇÃO
Do total de leitos de UTI disponíveis no Estado, 82,57% estão ocupados, só restando, 114 vagas para pacientes graves no SUS. Na Grande Vitória, a ocupação está em 83,89%, restando apenas 77 unidades de UTI. Ao todo, são 540 pacientes de Covid internados em UTI e 508 em enfermarias no Estado.