Estado registra menor índice de transmissão do novo coronavírus desde o início da pandemia
A taxa de transmissão do novo coronavírus caiu no Espírito Santo na última semana de julho e atingiu o seu menor índice desde o início da pandemia: 0,56.
Isso significa que um grupo de 10 pessoas com a doença pode infectar até outros seis indivíduos.
Para se ter uma ideia, no início de abril, momento mais intenso da pandemia, a taxa era de 3,47, ou seja, 10 indivíduos com Covid-19 podiam infectar outras 35 pessoas.
Segundo Pablo Lira, diretor do Instituto Jones, esses números representam uma suavização dos efeitos da pandemia no Estado.
“Representa que estamos no caminho certo. O governo adotou uma série de medidas para ampliar o isolamento social. Por causa delas, nós entendemos o porquê dessa taxa estar caindo”, explicou.
E continua: “Você consegue dizer que a doença está estabilizada ou em queda quando essa taxa de transmissão está abaixo de 1. Estamos abaixo desse patamar desde o dia 17 de julho, quando a taxa de transmissão era de 0,74”, explicou Pablo Lira.
A epidemiologista especialista em doenças infecciosas, Ethel Maciel, explica que houve uma diminuição na velocidade de contaminação de pessoas pela doença. “Por que isso aconteceu, ainda não sabemos o motivo”, diz.
hipóteses
Porém, ela levanta três hipóteses: “A primeira é que a gente possa ter atingido o número de imunidade de rebanho. Outra é que o isolamento social foi muito mais efetivo que a gente podia supor. Por último, as bolhas de proteção, que é aquele grupo que você convive e não se infectou”, listou a epidemiologista.
Mesmo com índices baixos, isso não significa que a população capixaba deve relaxar os esforços que têm feito até agora. É o que afirma tanto Pablo quanto Ethel.
“A população deve manter ainda as etiquetas respiratórias, os protocolos de segurança e o uso da máscara nesse período até que tenhamos a distribuição da vacina”, orienta Lira.
“A doença continua. A gente não pode olhar só o número. Temos de olhar as pessoas, principalmente aquelas em grupo de risco. Elas ficaram mais protegidas até agora e são mais suscetíveis”, alertou epidemiologista Ethel.