Descuidos de idosos após vacinação preocupam os especialistas

| 15/08/2021, 09:03 09:03 h | Atualizado em 15/08/2021, 09:09

Apesar da queda nos números de hospitalizações de pacientes com covid-19, a redução de mortes e o avanço da vacinação, alguns descuidos, principalmente por parte dos idosos, têm preocupado especialistas.

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Isso porque, ao completar o esquema de vacinação contra o coronavírus, ainda é preciso manter medidas de segurança, como uso de máscara e distanciamento social.

O geriatra Roni Mukamal observa que o sofrimento causado pela pandemia e a necessidade de isolamento social fazem com muitos idosos sintam, agora, total segurança com a vacinação. Porém, ele recomenda atenção.

“Lógico que a vacina tem muita segurança, mas não tem total segurança, como gostaríamos. Ou seja: não serão 100% dos casos que, se contraírem o vírus, não vão evoluir para as formas graves. Os idosos relaxaram e estão com a sensação de que tudo foi resolvido”.

Ele destaca que a pandemia não está controlada e há outras variantes do vírus circulando. “Temos agora a variante delta e, até mesmo, países com a pandemia controlada, voltaram a ter novos casos. Alertamos aos vacinados que, apesar da proteção que a vacina oferece, ainda há risco de contaminação”.

A pneumologista Ciléa Victoria Martins salienta que as cepas dos vírus têm uma grande capacidade de mutação e, por isso, deve-se manter os cuidados, como uso de máscara, distanciamento, lavar bem as mãos, além de atenção com os familiares.

“Os netos que não foram vacinados, principalmente as crianças, que são assintomáticas, são maior fonte de transmissão. Mesmo com a segunda dose, não significa que teremos 100% de proteção”, frisa.

“As vacinas oferecem uma boa proteção, mas não é igual ao sarampo, em que a pessoa tem uma vez e nunca mais tem”, completa.

Sobre as visitas dos netos, a doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel diz que o melhor é optar por ambientes abertos. “Não é hora de se descuidar”.

Já a infectologista Ana Carolina D’Ettorres reforça que, no caso do idoso, existe o processo de envelhecimento do sistema imunológico, chamado de imunossenescência, em que o corpo passa a produzir menos anticorpos à medida que vai envelhecendo. “Isso significa que, por melhor que seja uma vacina, ela nunca irá conferir a um idoso uma proteção plena”.

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