Crise do coronavírus pode levar até 150 mil demissões no Estado

| 20/03/2020, 11:49 11:49 h | Atualizado em 20/03/2020, 11:55

A pandemia de coronavírus pode desencadear uma crise econômica global, afetando 25 milhões de empregos pelo mundo, segundo projeções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). No Espírito Santo, o pior cenário, de acordo com projeção do economista Eduardo Araújo, afetaria 150 mil trabalhadores.

“Se a previsão for aplicada ao Espírito Santo, que tem em torno de 740 mil pessoas com carteira assinada, teríamos 150 mil trabalhadores com risco de perder seus postos de trabalho. Já se considerarmos um cenário mais conservador, seriam 36 mil empregos ameaçados no Estado”, disse.

Ao analisar o cenário, Eduardo Araújo ressaltou que não há uma sinalização clara de quando haverá vacinas prontas e quanto tempo as pessoas precisarão ficar em distanciamento social.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-03/372x236/unidade-industrial-da-vale-659e9a126f5f2b431667cbe1a8a0210e/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-03%2Funidade-industrial-da-vale-659e9a126f5f2b431667cbe1a8a0210e.jpg%3Fxid%3D113941&xid=113941 600w, unidade industrial da Vale em Tubarão: empresa “readequa o quadro”

Felipe Damasceno, economista e professor da Fucape, disse que já há demissões nas agências de turismo, pois o setor foi o primeiro a sentir o impacto da crise.

“Tudo depende do tempo que vamos passar por isso, o que não está muito claro. Quem vai sentir mais é o comércio em geral, que depende do trânsito das pessoas”, pontuou.

No setor de bares e restaurantes, também já há estabelecimentos dispensando funcionários por orientação dos contadores para enfrentar a queda de receita. Nas lojas, há comerciantes que já acumulam três dias sem registrar nenhuma venda.

“Nas últimas horas recebemos vários pedidos de férias coletivas, vindo de lojas em toda a Grande Vitória. Até agora, foram ao menos 100 lojas. Preparamos um acordo que permite as empresas a oferecer de imediato as férias coletivas, para evitar as demissões”, informou o presidente do Sindicato dos Comerciários do Espírito Santo, Rodrigo Rocha.

No setor hoteleiro, dois estabelecimentos já comunicaram acordos de férias coletivas, de acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal dos trabalhadores em Hotéis, Motéis, Cozinha Industrial, Bares, Restaurantes e Similares (Sintrahotéis).

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Estado do Espírito Santo (Fecomércio) foi procurada pela reportagem, mas não houve resposta.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: