Auxiliar de serviços gerais da UPA é a primeira vacinada contra o coronavírus em Guarapari

| 21/01/2021, 11:37 11:37 h | Atualizado em 21/01/2021, 11:58

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-01/372x236/vacinacao-guarapari-dbd97a13e93b56316c591119af4cf366/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-01%2Fvacinacao-guarapari-dbd97a13e93b56316c591119af4cf366.jpeg%3Fxid%3D159314&xid=159314 600w, A auxiliar de serviços gerais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari Valdinete Monteiro dos Santos

A auxiliar de serviços gerais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari Valdinete Monteiro dos Santos, de 50 anos, foi a primeira imunizada contra o coronavírus na cidade. A vacinação começou às 9 horas desta quinta-feira (21) na própria UPA, onde ela trabalha há 11 anos.

Para a profissional que acompanhou durante os últimos meses os pacientes passando mal, se recuperando e também perdendo a vida, a vacina começa a ser uma esperança no meio da turbulência.

“É gratificante ser a primeira, mas se não fosse seria a segunda, a quarta ou a quinta, porque com certeza eu seria vacinada. Vimos vidas se perdendo diante dos nossos olhos, parentes nossos, então foi uma situação muito complicada para nós que trabalhamos aqui. Vamos para casa e temos família. Precisamos ter o cuidado máximo”, conta a auxiliar de serviços gerais.

No início do mês, Valdinete chegou a testar positivo para a doença, mas teve sintomas leves. Para ela, o que mais marcou essa pandemia foi o trabalho da equipe que, mesmo após contrair o vírus, voltava para trabalhar.

“O que mais me marcou foi a dedicação dos nossos colegas de trabalho que estão a frente e os mesmos se contaminaram. Assim que saíram da quarentena, voltavam novamente para atender a população que se encontra nessa situação”, completou Valdinete.

Além da auxiliar de serviços gerais, mais três profissionais que atuam na UPA foram imunizados para marcar o início da vacinação. A segunda foi a médica Lorena Barrabal, 39, que atual no local e também no Samu. Em seguida foi a vez da técnica de enfermagem Adriana Correia Rocha, 53 anos, e por último a enfermeira Sabrina Martins, 31.

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A médica destaca que as pessoas não podem ter medo da vacina. “O início da vacina é uma esperança, porque a única opção é acreditar na ciência. As pessoas não podem misturar as questões políticas com a ciência. A única opção que temos para combater uma doença desconhecida é tomando a vacina”, explicou.

Emocionada, ela ainda declarou que “ser vacinada está sendo uma emoção muito grande. Apesar de não ter perdido ninguém da minha família, perdi amigos. Vim trabalhar com medo e vim porque é a minha missão. Foi dolorido. Tiramos muitos pacientes daqui... temos histórias de pacientes recuperados e alguns que acabaram perdendo a própria vida. Deu medo. Um colega jovem, médico do Samu perdeu a vida sem ter comorbidades. Foi um baque para gente”, completou.

A enfermeira Sabrina conta que no início a família chegou a pedir que ela não fosse trabalhar, mas ela não desistiu. “Tomar a vacina é uma emoção. Poder passar por tudo que a gente passou no começo e ser privilegiado de hoje estar tomando a primeira dose é acreditar que isso tudo vai acabar. Foram momentos muito difíceis mesmo. No começo a família não queria deixar eu vir trabalhar, mas eu disse que eu não ia desistir”, declarou ela.

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Guarapari recebeu 712 doses
O município recebeu do Governo do Estado 712 doses da vacina. Na primeira etapa serão imunizadas as pessoas do grupo prioritário.

Em Guarapari, as instituições de longa permanência receberão 143 doses, a residência inclusiva 18 doses, os hospitais 328 doses e a UPA 223 doses.

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A secretária de Saúde do município, Alessandra Albani, destaca que o número de doses ainda não é o ideal e que seriam necessárias 18 mil doses para vacinar todo o público prioritário.

“Seriam necessárias, pelo levantamento oficial do munício, cerca de 18 mil doses para alcançarmos o público prioritário. Por isso, pedimos a população que continue com os cuidados, o distanciamento, o uso da máscara de forma correta, higienização das mãos e uso do álcool até que possamos vacinar toda a população de Guarapari”, esclareceu a secretária.

O público imunizado nesta quinta-feira vai tomar a segunda dose em quatro semanas. Para isso, segundo a prefeitura, o Governo do Estado garantiu a vacina.

À medida que a ampliação do público-alvo acontecer, o município vai criar pontos específicos para atender a população. “O município estuda a possibilidade de criação do Drive-Thru, caso seja disponibilizado maior quantitativo. Em relação ao agendamento online, o município também já está providenciando esta ferramenta tecnológica para que a população possa contar com mais esse serviço, facilitando a logística da campanha”, finaliza a secretária.

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