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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

O que nos ensina Rousseau sobre educação e pedagogia?

Coluna foi publicada na quarta-feira (09)

Flávio Santos Oliveira | 10/08/2023, 11:12 h | Atualizado em 10/08/2023, 11:13

Imagem ilustrativa da imagem O que nos ensina Rousseau sobre educação e pedagogia?
Flávio Santos Oliveira é professor e doutor em História pela Ufes

“Não se conhece a infância: com falsas ideias que dela temos, quanto mais longe vamos, mais nos extraviamos. Os mais sábios apegam-se ao que importa que saibam os homens, sem considerar que as crianças se acham em estado de aprender. Eles procuram sempre o homem na criança, sem pensar no que esta é, antes de ser homem”.

Assim, expressa-se Rousseau em seu “Emílio, ou da Educação”; sem dúvida, uma das obras mais influentes da História da Pedagogia. 

Rousseau, na verdade, figura entre os primeiros filósofos modernos a enfatizar a importância da educação das crianças, ao afirmar que tudo que não temos ao nascer, e de que precisamos adultos, é-nos dado pela educação, a qual nos vem da natureza, ou dos homens, ou das coisas. 

“O desenvolvimento interno de nossas faculdades e de nossos órgãos é a educação da natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento é a educação dos homens; e o ganho de nossa própria experiência sobre os objetos que nos afetam é a educação das coisas”.

Das três formas supramencionadas, Rousseau considera que a educação da natureza é a que mais importa na formação do indivíduo, pois se origina da consciência de nossas sensações imediatas, que por sua vez são colhidas diretamente do contato com o mundo real, razão pela qual comumente se diz que ao mundo ensina. 

Isso nos remete a entender uma preocupação latente no pensamento de Rousseau, que chama a atenção para o fato de que ninguém sabe se, educando o filho para ser seu, ou seja, protegendo-o das circunstâncias adversas da vida, não se trabalha contra ele.

A finalidade da educação é preparar para a vida. Que se destine o aluno à carreira militar, à eclesiástica ou à advocacia pouco importa. Antes da vocação dos pais, a natureza chama-o para suportar os bens e males da existência. Para tanto, a educação deve ser menos baseada em preceitos do que em vivências, de modo que as crianças aprendam desde cedo a esperar, a negociar, a perder e a se frustrar. 

Pais e mestres devem considerar as crianças como alguém exposto a todos os acidentes da vida, ensinando-lhes desde cedo a encarar com bom ânimo os seus dissabores.

“Se os homens nascessem arraigados ao solo de um país, se a mesma estação durasse o ano todo, se cada qual se prendesse a seu destino de modo a nunca poder mudar, a prática estabelecida seria boa até certo ponto; a criança educada para sua condição, dela nunca saindo, não poderia ser exposta aos inconvenientes de outra. Mas, dada a mobilidade das coisas humanas, dado o espírito inquieto e agitado deste século que tudo transforma a cada geração, poder-se-á conceber um método mais insensato que o de educar uma criança como nunca devendo sair de seu quarto, como sem cessar de achar-se cercada dos seus? Se o infeliz dá um só passo na terra, se desce um só degrau, estará perdido”.

Por fim, lembra-nos Rousseau que, por maiores precauções que tomeis para que não morra, um dia terá de morrer. A educação não deve, pois, impedir de morrer, mas ensinar a viver; e viver não é só respirar, mas sim agir.

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