Envelhecimento da população e os desafios a serem enfrentados
Coluna foi publicada nesta terça-feira (21)
Uma realidade que nem todos reparam ou levam em conta, mas que desponta com clareza diante de nossos olhos: o mundo está envelhecendo. Dados da World Population Prospects, divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), mostram que até 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos, chegando a 16% da população mundial.
Essa inegável realidade demanda ações específicas para que esse público desfrute de qualidade de vida e condições dignas para vivenciar o período da longevidade.
Um ponto essencial para que isso aconteça é o serviço de saúde, seja ele privado ou público. É fundamental que o Estado provenha assistência voltada para a saúde integral do idoso, já que boa parte deles enfrenta limitações físicas e psíquicas que demandam atenção especial.
É necessário que esse atendimento aconteça num contexto humanizado, onde os pacientes encontrem compreensão e acolhimento, que muito vão contribuir para que respondam positivamente ao tratamento aplicado.
Para tanto, é preciso a atuação de profissionais treinados e capacitados para lidarem com esse público, incluindo médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde, até atendentes, recepcionistas. Inclusão demanda tempo, conhecimento e investimento.
Contudo, preparar uma sociedade digna para a terceira idade não se limita apenas ao Estado, com políticas públicas de inclusão e assistência. A terceira idade é uma realidade dos idosos de hoje e de todos aqueles com menos idade que terão a sorte de viver por muitos anos.
As famílias precisam se mobilizar, não apenas para prover os idosos da prole, mas trabalhar desde cedo, já com as crianças, uma educação que valoriza os mais velhos, para que os mais jovens nunca esqueçam que eles são parte essencial e indispensável.
Impossível falar de um mundo mais generoso para os idosos se os mesmos não forem acolhidos e amados quando não puderem mais oferecer favores, segurança e outros benefícios, como antes. É isso que, em grande parte, define se a velhice será feliz ou dolorosa.
É na transição da força para a fragilidade que é possível enxergar quem realmente nos valoriza na essência, e o quanto somos importantes para aqueles que amamos, apesar das fragilidades, das manias, das perguntas repetitivas e da dependência dos cuidados básicos.
Portanto, a construção dessa sociedade mais humanizada com a terceira idade depende de uma união de forças, de iniciativas e da nobre capacidade de valorizar o ser humano até o fim dos seus dias, seja na esfera pública, privada ou na intimidade familiar, onde a vida começa e deve terminar da forma mais digna e amorosa possível.
Vale, portanto, perguntar a si mesmo o quanto posso contribuir para que uma sociedade envelhecida seja mais humana para os idosos de hoje e das próximas gerações.