Três é demais: Dia Nacional de Combate a Cefaleia
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (29)
Buscando chamar atenção para os diferentes tipos de dor de cabeça, suas causas, sintomas e tratamentos, a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe) criou o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, celebrado em 19 de maio. Hoje, são mais de 200 tipos da doença registrados na Classificação Internacional de Cefaleias, que afetam 95% dos brasileiros pelo menos uma vez na vida. Outro dado alarmante é que 15% da população sofre de dor de cabeça crônica.
Para conscientizar a população sobre o tema, todos os anos, a SBCe trabalha a campanha “3 é demais”. O objetivo é destacar a importância de atenção médica para quem experimenta dores de cabeça mais de três dias por mês, durante pelo menos três meses consecutivos. A campanha alerta ainda que, independentemente da causa aparente da dor, é essencial realizar uma investigação clínica para determinar o tratamento adequado.
Isso porque a cefaleia não é simplesmente um sintoma. Ela é uma doença incapacitante, que prejudica a realização de atividades de rotina, com consequências não só para a pessoa que vive com a dor, mas também para a sua família, amigos e sociedade. O paciente pode apresentar problemas de concentração e ter a memória afetada durante uma crise, gerando redução na produtividade e faltas no trabalho.
Segundo o maior estudo global sobre a doença, o My Migraine Voice, 82% dos brasileiros que têm enxaqueca sofrem com o impacto social das dores. A análise entrevistou 11.266 pessoas de 31 países, sendo que 851 eram do Brasil. Dentre eles, 56% relatam não conseguir cumprir todas as atividades diárias e hobbies. Mais de 50% se sentem impossibilitados de comparecer a eventos e 30% não conseguem praticar exercícios físicos quando estão com uma crise.
O estudo O Impacto Familiar da Enxaqueca, feito nos EUA e no Reino Unido, evidencia os impactos da cefaleia na vida dos pacientes e mostra que 32% dos afetados evitam planejar atividades, temendo a necessidade de ter que cancelar devido a crise de enxaqueca.
O primeiro passo para mudar essa realidade é ter um diagnóstico correto, realizado por um especialista, em uma consulta detalhada. Assim, será possível entender a doença, sintomas, intensidade, frequência e quais os gatilhos individuais.
Além do tratamento medicamentoso, a mudança de hábitos é importante para reduzir a frequência e a intensidade das crises. Fatores como rotina de sono, alimentação saudável, prática de exercícios regulares e manter a hidratação do corpo têm um impacto positivo na frequência dos quadros. A adoção de técnicas de relaxamento e mindfulness, redução do uso de telas e controle do estresse também podem contribuir para reduzir a incidência.
Apesar de muitas vezes ser negligenciada, a doença interrompe importantes momentos da vida. Mesmo sem cura, o tratamento correto e o cuidado adequado do corpo como um todo são ferramentas essenciais para a qualidade de vida de quem sofre com cefaleia. Ninguém precisa viver com dor.
