Retorno à musculação e os benefícios para os idosos
Confira a coluna desta quarta-feira (12)
Nos últimos anos, a prevalência de doenças neurodegenerativas tem aumentado, afetando parte significativa da população idosa. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, até 2050, o número de pessoas com demência pode triplicar, tornando-se um dos maiores desafios de saúde pública.
Nesse contexto, a prática de atividades físicas, especialmente a musculação, se apresenta como uma ferramenta poderosa no combate a essas doenças e na promoção da saúde mental dos idosos.
O envelhecimento causa diversas mudanças fisiológicas e psicológicas, e a perda cognitiva é uma das mais preocupantes. A boa notícia é que a musculação, quando realizada de forma adequada, pode melhorar as funções cognitivas e retardar o aparecimento de doenças como o Alzheimer.
Exercícios que fortalecem os músculos e mantêm a mobilidade favorecem a neuroplasticidade, criando novas conexões entre os neurônios e melhorando a saúde cerebral. Além dos benefícios físicos, a musculação contribui para a redução da solidão, um fator crítico no agravamento de quadros cognitivos e na aceleração do envelhecimento cerebral. Estudos mostram que o isolamento social está intimamente ligado ao aumento de doenças neurodegenerativas.
Nesse sentido, as academias e atividades coletivas, como dança, ginástica e até o crosstraining bem orientado, se tornam espaços de socialização. A prática em grupo, em ambientes respeitosos e acolhedores, fortalece vínculos afetivos e ajuda a criar uma rede de apoio emocional importante para a saúde mental.
Não podemos negligenciar a importância dos bons hábitos de vida. Alimentação equilibrada e controle glicêmico são fundamentais para o funcionamento adequado do cérebro.
A educação física não pode se desvincular dos aspectos fisiológicos, como a alimentação saudável, que melhora a circulação sanguínea, fortalece o sistema cardiovascular e otimiza a oxigenação cerebral, criando um ambiente propício para a preservação das funções cognitivas.
O aspecto sociocultural também desempenha papel fundamental. A regulação psicológica, os hábitos de consumo de notícias e até mesmo a religação espiritual são fatores que influenciam a saúde mental dos idosos. Criar uma rotina saudável, respeitando as limitações individuais, é essencial para integrar a musculação e outras atividades físicas ao cotidiano do idoso de maneira eficaz.
Por isso, podemos restaurar bons hábitos fisiológicos, respeitando a realidade de cada pessoa. Com a orientação adequada, é possível introduzir a musculação e outras práticas físicas de forma gradual, respeitando os limites e capacidades de cada idoso. Em um mundo marcado pelo aumento do envelhecimento populacional, adotar uma abordagem holística da saúde é essencial.
A musculação, aliada a hábitos de vida saudáveis, não só melhora a qualidade de vida do idoso, mas também desempenha papel crucial no combate ao Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. A construção de uma sociedade mais saudável e equilibrada passa pela promoção da saúde física, mental e social.
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