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Respeito não tem cor, tem consciência

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Manoel Goes Neto | 18/11/2024, 20:39 20:39 h | Atualizado em 18/11/2024, 20:39

Passados 135 anos da Proclamação da República, ainda estamos discutindo, em um País com uma população de mais de 54% de negros, o racismo estrutural.

No mês de novembro, celebramos a Consciência Negra, sendo o dia 20 de novembro uma data para relembrar as lutas dos movimentos negros pelo fim da opressão provocada pela escravidão. Essa data refere-se à morte de Zumbi (1695), figura histórica como símbolo de resistência, importante líder do Quilombo dos Palmares, situado no Nordeste do Brasil. Dia de refletirmos que respeito não tem cor, tem consciência.

Promulgada em 1888, a Lei Áurea promoveu a abolição da escravatura – e, ao mesmo tempo em que permitiu a modernização do trabalho no Brasil, desagradou grandes latifundiários. Esses, então, juntaram-se ao movimento republicano e pediram o fim do Império, ocorrido após um ano de mobilizações, em 1889.

A abolição da escravatura, com mais de 50 anos de atraso, fez do Brasil o último país do mundo a libertar os povos escravizados, com mais de 700 mil agora libertos. Essa conquista foi fruto da luta dos escravizados e de seus descendentes libertos de forma paliativa e apenas para postergar o momento da liberdade com a Lei do Ventre Livre, em 1871, e a Lei dos Sexagenários (1885), do movimento abolicionista e da sociedade civil brasileira.

O processo de abolição foi bastante lento, pois as elites brasileiras não desejavam abrir mão do trabalho escravo. Mesmo ao obterem reparações, por parte de Dom Pedro II, os fazendeiros oligarcas estavam insatisfeitos, pois preferiam usar o trabalho escravo do que ter de pagar pelo trabalho assalariado.

Em 1890, Marechal Deodoro da Fonseca tomou posse do governo provisório, tornando-se o primeiro presidente da República Velha (período entre 1889 e 1930). Derrotado, o imperador Dom Pedro II retornou a Portugal com sua família.

O mandato de Marechal Deodoro foi conturbado e durou até 1891. Por ter dissolvido o Congresso Nacional e decretado estado de sítio, o Presidente enfrentou a oposição tanto de parlamentares quanto dos militares. Em 23 de novembro, Deodoro renunciou ao cargo e quem assumiu foi seu vice, Marechal Floriano Peixoto, que completou o mandato (até 1894) e deu prosseguimento ao projeto da República.

Passados 135 anos da Proclamação da República, ainda estamos discutindo, em um País com uma população de mais de 54% de negros, o racismo estrutural. Se faz cada vez mais necessário discutirmos a história negra do Brasil, que não estava registrada nos livros de História, tradicionalmente adotados nos currículos escolares. Um olhar afrocentrado para a história do Brasil, que, revendo os fatos, em uma análise crítica sem fazer revisionismo.

Devemos olhar para a história do Brasil com o olhar das pessoas negras, conhecer mais sobre a participação das pessoas negras nos principais momentos da nossa história – e essa participação foi muito grande, foi muito decisiva –, e também saber qual foi a participação das pessoas brancas em algumas das situações que resultaram em adversidades que enfrentamos até hoje no Brasil. O fato de ser um País com tanta riqueza, com tanto potencial, mas com tanta pobreza, infelizmente.

A visão do branco é, em geral, pouco interessada em se perceber como um sujeito com responsabilidades sobre tudo que aconteceu. É óbvio que há pessoas brancas que se comprometem, de fato, com a luta antirracista. Devemos muito ao conhecimento de várias dessas pessoas que deram contribuições incríveis, que são, de fato, parceiras da causa negra.

Manoel Goes Neto é produtor cultural, escritor e diretor no Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES)

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