Estabilidade fiscal e atração de investimentos
Texto produzido para a Tribuna Livre
Há exatos 248 anos, Adam Smith publicava aquele que se tornaria o primeiro livro clássico de economia. Ali, o escocês examina a natureza e as causas da “Riqueza das Nações”.
Especialização, divisão do trabalho, ambição, propensão ao comércio e pouca intervenção do governo nos assuntos do mercado são os elementos que a “mão invisível” otimiza de modo a permitir um fluxo de riquezas sem precedentes.
Em resumo, as nações tornam-se mais prósperas não quando evitam, mas quando combinam seus diferenciais competitivos de forma a se adaptar exitosamente à globalização.
O Espírito Santo pode se projetar ainda mais como um polo de prosperidade em 2024, impulsionado por sua capacidade de investimento, equilibrado ambiente econômico e sólida posição fiscal.
Apesar do contexto global incerto com tensões e guerras geopolíticas, trade war entre China e Estados Unidos, resiliência e manutenção dos juros americanos, o contexto brasileiro é sui generis, com reflexos econômicos interessantes ao Espírito Santo.
Nessa lista estão, por exemplo, o controle da inflação, a redução dos juros e a progressão do debate acerca da Reforma Tributária.
Nunca é demais salientar que o Estado conquistou, pelo 12º ano consecutivo, a Nota A na avaliação da Capacidade de Pagamento dos Estados e Municípios (Capag), concedida pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
A consolidação dessa nota não apenas atesta a excelência nas contas públicas e o equilíbrio fiscal do Estado, mas também abre portas para facilitar o acesso a garantias da União em operações de crédito, viabilizando novos investimentos. Estabilidade fiscal aliada à logística privilegiada, estabelece um cenário atrativo para investimentos.
Em 2023, o Espírito Santo apresentou um ritmo de crescimento maior que a média nacional e redução da taxa de desemprego. A economia estadual fechou com crescimento de 5,7%, acima do alcançado pelo Brasil, de 2,9%.
Muito do desempenho positivo da economia do Espírito Santo está assentado principalmente na expansão e fortalecimento de sua inserção nas relações comerciais com o mercado nacional e internacional, o que faz da logística um dos fatores estratégicos para o seu desenvolvimento social e econômico.
Dado o atual contexto, o Espírito Santo tem se notabilizado como potencial polo logístico do Brasil. As operações logísticas como vantagem competitiva necessitam de um alto padrão operacional que passa, inevitavelmente pelo processo gerencial, com foco na utilização plena dos modais e exploração das intermodalidades que o segmento pode oferecer.
Seja a economia regional mais livre ou seletiva, a história mostra, no limite, que se moldar às novas tendências do empreendedorismo, de eficiência tecnológica, produtiva, saúde e educação e dela tirar proveito é a grande fonte da riqueza das nações.
- Thiago Goulart, diretor de Conteúdo Técnico do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).