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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

É preciso proteger o Forte de São Francisco Xavier

Coluna foi publicada no sábado (25)

Luciene Pessotti | 27/05/2024, 10:38 h | Atualizado em 27/05/2024, 10:39

Imagem ilustrativa da imagem É preciso proteger o Forte de São Francisco Xavier
Forte de São Francisco Xavier da Barra fica localizado na Prainha |  Foto: Leone Iglesias / AT

As fortificações coloniais são exemplares da arquitetura militar. O Brasil possui 19 fortificações concorrendo a candidatura de patrimônio mundial. No Espírito Santo um dos mais significativos exemplares da arquitetura militar é o Forte de São Francisco Xavier da Barra, ou Piratininga, o único exemplar íntegro desta arquitetura que localiza-se no Sítio Histórico da Prainha, Vila Velha, nas dependências do 38° B.I.

A fortaleza, de forma circular, data do final do Século XVII, e tem relação com o projeto dos fortes do Bugio (Lisboa, Portugal) e de São Marcelo (Salvador, Bahia). São projetos de extrema erudição, com influência dos tratados renascentistas de Arquitetura. Apesar de seu excepcional valor, o Forte de Piratininga foi objeto de uma intervenção polêmica em 2022.

A intervenção de maior impacto foi a inserção de uma cobertura de aço, cuja forma contrasta com a praça militar, onde está inserida, assumindo o protagonismo, em detrimento do edifício histórico, contrariando os preceitos teóricos do Restauro, como integridade e autenticidade. O International Scientific Committee on Fortifications and Military Heritage definiu diretrizes para as intervenções em fortificações visando preservar as características tipológicas, estruturais, construtivas, da ambiência, bem como, seu potencial histórico e arqueológico. Essas diretrizes não foram totalmente consideradas nessa intervenção.

Apesar disso, a fortificação ainda preserva características importantes para a história da arquitetura militar. Muitas fortificações, e suas áreas de vizinhança, constituem-se como lugares de valor paisagístico e cultural, como é o caso do Forte de Piratininga. O edifício, estrategicamente implantado, juntamente com outros edifícios militares permitiu que o Espírito Santo não fosse dominado pelos inimigos, como se deu em Recife e Salvador, tomados pelos holandeses no século XVII.

Visando sua proteção legal, com o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/ES), ingressamos com vários pedidos de tombamento. No nível municipal o Forte de Piratininga foi tombado em 2023. Estão em análise os pedidos de tombamento estadual (Secult) e federal (Iphan). As ações realizadas com o objetivo de garantir a proteção legal do Forte de Piratininga integram a pauta da preservação dos bens culturais.

Preservar e proteger legalmente esses bens inclui a valorização da história, da memória e da identidade de nossa sociedade. Intervenções realizadas em fortificações, como é o caso do Forte de Copacabana (Rio de Janeiro, RJ), devem permitir a interação com seus valores históricos e artefatos militares. Sendo assim, as ações pela proteção do Forte de São Francisco Xavier da Barra ainda repercutem e muito têm a contribuir para a reflexão sobre como preservar nossos bens culturais.

Imagem ilustrativa da imagem É preciso proteger o Forte de São Francisco Xavier
Luciene Pessotti é arquiteta e urbanista, professora da Ufes e vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil/ES |  Foto: Divulgação

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