Discutir a obesidade também é uma questão de justiça social
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (04)
A população brasileira está ficando cada vez mais pesada. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas em nosso País. O número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III atingiu mais de 860 mil pessoas no ano passado. Se levarmos em consideração as projeções futuras, o Brasil deverá ter, até 2023, cerca de 30% de sua população adulta com obesidade.
Esse panorama foi traçado pela World Obesity Federation, uma organização internacional voltada para redução, prevenção e tratamento da doença. Sendo assim, em breve o Brasil pode se tornar o quarto país com maior excesso de peso do mundo, ficando atrás de Estados Unidos, China e Índia.
Por isso, falar sobre a obesidade é urgente. Discutir esse problema vai além de questões estéticas. A doença afeta várias áreas que não se reduzem apenas ao impacto individual. É um problema médico complexo que está intrinsecamente ligado a uma série de complicações de saúde graves, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, hipertensão e câncer.
Os custos econômicos da obesidade são significativos, tanto para os indivíduos quanto para a sociedade como um todo. Isso inclui custos médicos diretos, custos de tratamento de condições relacionadas à obesidade e perda de produtividade no trabalho devido a problemas de saúde.
A doença também afeta desproporcionalmente grupos sociais de baixa renda e minorias étnicas, destacando questões de equidade em saúde. Abordar essa condição não é apenas uma questão de saúde, mas também de justiça social.
Discutir a obesidade permite a identificação de estratégias de prevenção e intervenção. Isso pode incluir políticas de saúde pública, orientações alimentares, programas de exercícios e apoio à saúde mental.
A conversa leva à ação e à implementação de medidas eficazes para combater a obesidade. O diálogo sobre a obesidade impulsiona a pesquisa médica e científica na busca por tratamentos mais eficazes e soluções para a prevenção da obesidade.
Outro fator é a obesidade infantil, que pode estabelecer padrões de saúde prejudiciais ao longo da vida. Ensinar hábitos alimentares saudáveis e promover a atividade física em crianças é fundamental para quebrar o ciclo geracional da obesidade e garantir um futuro mais saudável.
Além disso, o estigma associado à obesidade pode ter consequências emocionais e psicológicas profundas para as pessoas afetadas. A discriminação e o julgamento social frequentemente perpetuam o ciclo da obesidade, tornando mais difícil para as pessoas buscarem ajuda e apoio.
Portanto, é essencial falar sobre obesidade de forma responsável. Enfrentar esse problema de saúde complexo e multifacetado não é apenas uma opção, mas uma necessidade. A conscientização, a educação, a prevenção e a pesquisa são ferramentas poderosas que podem nos ajudar a superar esse desafio e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas.