Desafios e avanços de cidades mais sustentáveis e conectadas
Coluna foi publicada nesta segunda-feira (20)
Maior e mais influente evento do mundo quando o assunto é cidades e inovação urbana, ocorreu em Barcelona, na última semana: o Smart City Expo World Congress. É de lá que saem as principais tendências que vão nortear o setor e provocar ações para acelerar as cidades rumo a um futuro mais verde, eficiente e próspero.
Foram três dias de imersão na Espanha, em um ambiente com grande exposição tecnológica, mas com alguns insights que sobressaem para além desse cenário.
É o caso da sustentabilidade, que despontou como chave para o desenvolvimento de qualquer cidade. No congresso, as aplicações apresentadas destacaram requisitos como economia de energia e uso circular, o que reforça o compromisso inegociável de diferentes atores socioeconômicos com a preservação ambiental.
Hoje, apesar dos inegáveis avanços pós-pandemia, há um enorme gap na gestão de dados, tornando-o um ponto crítico relevante.
A exploração das informações disponíveis de modo ineficiente resulta em oportunidades perdidas que, por consequência, impactam negativamente na revolução da gestão pública. Nesse sentido, softwares que promovem a integração de diferentes sistemas se apresentam como tendências notáveis para esse progresso.
Um ponto relevante enfatizado durante o evento foi o contínuo desafio enfrentado na área de mobilidade urbana, especialmente nas grandes cidades. Veículos autônomos, scooters elétricas, patinetes, drones para entregas de encomendas de todos os tamanhos e semáforos conectados continuam na vanguarda.
Contudo, a integração efetiva dessas inovações ainda permanece como um quebra-cabeça complexo a ser solucionado. A iluminação pública segue como hub de inovação e ocupou boa parte da feira. Soluções “plug and play” e de baixo custo também foram amplamente discutidas, de sensores meteorológicos até câmeras com visão computacional.
Outro ponto alto da feira foi a presença marcante de entes de governo como líderes do processo de transformação urbana. Países como Estônia, Portugal e Espanha destacaram-se exibindo soluções em parceria com empresas locais. Novos protagonistas estão surgindo: grandes empresas de tecnologia e empresas de consultoria têm se unido a organizações não-governamentais e startups para criar soluções integradas.
Ficou explícito que a conectividade segue como o elemento vital nas soluções para as smart cities, e as empresas de telecomunicações são a espinha dorsal desse novo ecossistema urbano, conectando 99% das soluções apresentadas na feira.
O desenvolvimento das smart cities no Brasil é um projeto que já vem ocorrendo em diversas cidades. Dentre elas, destaca-se o município de Curitiba – eleita a cidade mais inteligente do mundo no Smart City World Awards 2023 (premiação que ocorre dentro do próprio evento e que, este ano, recebeu mais de 400 inscrições de 63 países). Esse reconhecimento mostra que o País está trilhando um caminho positivo neste cenário, mas ainda há muito a fazer.