A sustentabilidade e a indústria do aço na transformação mundial

| 25/10/2020, 10:28 10:28 h | Atualizado em 25/10/2020, 10:35

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-10/372x236/joao-bosco-reis-da-silva-619423fb8e9dc7c02a845efb4e92e22c/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-10%2Fjoao-bosco-reis-da-silva-619423fb8e9dc7c02a845efb4e92e22c.jpeg%3Fxid%3D147565&xid=147565 600w, João Bosco Reis da Silva
Mercados mais exigentes e uma sociedade mais participativa; entendimento de que prevenção e produção juntas geram mais retorno, que empresas mais diversas são mais produtivas e felizes, e que a liderança pelo exemplo tem papel crucial na transformação da organização. Esses fatores têm contribuído para sistemas de gestão mais ágeis, com melhor governança e focados em um processo de melhoria contínua e evolução humana.

A visão da siderurgia com maquinário e ambientes pesados, hierarquia voltada ao comando e controle, processos inflexíveis e poluidores, burocracia e padronização exacerbada, deu lugar a uma indústria humana, onde diálogo e ambiente colaborativo prevalecem, assim como processos flexíveis com produção just-in-time, soluções “tailor made” voltadas ao cliente e inovação por meio de centros de pesquisas que atuam em simbiose com os ecossistemas locais e globais para criar aços inteligentes para um mundo melhor.

A relação com os stakeholders evoluiu de uma postura reativa para um engajamento nunca visto antes, voltada a uma visão holística de que o setor privado e a sociedade formam um único tecido social e que a atuação em rede é mais forte do que práticas isoladas e projetos próprios, muitos deles sem conexão com as potencialidades locais.

Vivemos uma cultura obcecada consigo mesma, mas temos muito pouca autopercepção, como diz Danah Zohar. Em nossas vidas pessoais ou nas organizações, não cultivamos hábitos ou criamos oportunidades para momentos de reflexão e quase não encontramos tempo para olhar para dentro de nosso ser.

Ao buscar olhar para si mesmo e perceber a necessidade de melhorar, a indústria do aço abre uma grande oportunidade de se reinventar através do ResponsibleSteel, certificação que busca promover padrões mais elevados de liderança, respeito aos direitos humanos, engajamento genuíno com as comunidades locais e maior responsabilidade ambiental e de segurança em seus processos.

Segundo a própria ResponsibleSteel, o aço é essencial para quase todos os aspectos da vida moderna e traz desafios únicos à sustentabilidade. Discussões sobre como enfrentar esses desafios levaram ao estabelecimento formal desta entidade em 2016, culminando com o primeiro standard lançado em 2019.

O ResponsibleSteel é uma organização de participação múltipla e sem fins lucrativos. Sua visão é que a contribuição do aço para uma sociedade sustentável seja maximizada e sua missão é aprimorar o fornecimento, a produção, o uso e a reciclagem responsáveis do aço.

Empresas de todas as partes da cadeia de suprimentos de aço, ONGs, outras instituições interessadas em uma indústria do aço sustentável são bem-vindas.

O mundo clama por mais coerência e ética das organizações, mas será que não deveríamos olhar para elas como indivíduos, pois o que seria delas se não fossem feitas por pessoas que, assim como nós, tomam e executam as decisões?

JOÃO BOSCO REIS DA SILVA é gerente geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal Tubarão.

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