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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Barão de Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira

Coluna foi publicada no domingo (21)

José Vicente de Sá Pimentel | 22/04/2024, 12:19 12:19 h | Atualizado em 22/04/2024, 12:19

Imagem ilustrativa da imagem Barão de Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira
José Maria da Silva Paranhos Jr, conhecido como Barão do Rio Branco, nasceu em 20 de abril de 1845 |  Foto: Divulgação / Prefeitura de Cristiano Otoni - MG

Comemora-se em 20 de abril o Dia do Diplomata. Foi nesse dia que nasceu, em 1845, José Maria da Silva Paranhos Jr, mais tarde conhecido como o Barão do Rio Branco. José Maria, ou Juca, destacava-se no seu grupo de amigos pelo 1,85m de altura, o cavanhaque ruivo e a longa cabeleira até os ombros. Com esse visual de herói romântico, sentia-se à vontade na noite carioca.

Segundo um de seus biógrafos, Luís Viana Filho, “o belo sexo atraía o adolescente e nada o deliciava mais do que a indiscrição de um decote, permitindo-lhe avançar o olhar sobre um belo colo”.

O pai, Visconde de Rio Branco, poderoso líder do Partido Conservador, desconfiou dessas tendências e o despachou para estudar Direito em São Paulo, depois em Olinda (PE).

O rapaz se formou, mas sem empenho. Suas paixões eram história e jornalismo, além das atrizes que atuavam no Alcazar. É lá que conhece, em 1872, a belga Marie Philomène Stevens, então com 22 anos. Será o amor da vida dele.

A Guerra do Paraguai e a Lei do Ventre Livre fazem com que a situação política do Segundo Império se complique. O desgaste da monarquia leva à renúncia do Conselho de Ministros, chefiado pelo Visconde do Rio Branco, substituído, em 1875, pelo Duque de Caxias.

Nessa altura, Paranhos e Marie Philomène já tinham dois filhos, e a situação financeira do casal era precária. O pai manobra e consegue sua eleição como deputado por Mato Grosso, onde Juca nunca havia posto os pés. Seu prazer era escrever artigos para jornais e revistas francesas. Em paralelo, mantinha desde 1866 uma correspondência assídua com os chefes militares da época, como Caxias, Osório, Tamandaré e Osório, aos quais fazia perguntas pormenorizadas sobre aspectos da Guerra do Paraguai e outras operações militares.

Caxias se torna um amigo e convence a Princesa Isabel a assinar, em 1875, a designação de Paranhos para o Consulado em Liverpool. Começa então a sua trajetória diplomática, que se faz sentir ainda hoje nas grandes diretrizes e no próprio estilo da diplomacia brasileira.

A imagem de homem austero, estudioso e comprometido com os interesses nacionais recebe a chancela do imperador Pedro II, que lhe concede, em 1888, o título nobiliárquico de Barão do Rio Branco. Já então com três filhos, Marie Philomène fica em Paris. O marido a visita com frequência e aproveita para pesquisar mapas e documentos históricos brasileiros.

Em 1889, colabora com Pierre Emile Levasseur na redação do capítulo sobre o Brasil da “Grand Encyclopédie”. Ruy Barbosa elogia, no Diário de Notícias, o “grande historiador erudito”. Nessa época, uma palavra de Ruy fazia ou destruía reputações.

Em março de 1893, morre Aguiar de Andrade, embaixador plenipotenciário em Washington (EUA), encarregado de defender os interesses brasileiros na questão de limites com a Argentina. O nome do Barão se impõe como o substituto natural.

A chamada Questão de Palmas, para o Brasil, ou de Missiones, para a Argentina, origina-se em 1857. Depois de idas e vindas, já no governo Deodoro, o ministro Quintino Bocaiuva propõe a seu colega argentino, Estanislau Zeballos, a partilha do território contestado. Essa solução é, porém, prontamente rejeitada pelo Congresso Nacional. O recurso a um arbitramento se consolida quando o presidente americano Grover Cleveland aceita a tarefa.

Zeballos chega em Washington e gasta rios de dinheiro em recepções na embaixada e presentes para jornalistas. O Barão dispensa os serviços de advocacia contratados pelo seu antecessor, afasta-se da vida social e fixa residência numa pensão em Nova Iorque, de onde mantém contato diário com correspondentes na Europa.

Em suas pesquisas, localiza no depósito geográfico do Quai d'Orsay o chamado Mapa das Cortes, de 1749, que vinha a ser o documento original assinado por Portugal e Espanha para a fixação de limites na região sul, com base no princípio do “uti possidetis”.

Com base nesse mapa, redige sua exposição de motivos, na qual afirma não haver um só documento válido em que a Argentina pudesse se apoiar para justificar seu pleito. O laudo do presidente Cleveland foi dado a conhecer em fevereiro de 1895. Era inteiramente favorável ao Brasil.

Historiadores consideram que Palmas elevou o nome do Barão do Rio Branco ao altar de devoção da opinião pública e ao prestígio junto às lideranças políticas e militares.

A devoção e o prestígio só fazem crescer com o êxito de duas outras arbitragens, a do Amapá (1899) e a do Acre (1903). Pela sua importância para a diplomacia brasileira, essas questões serão objeto de artigos a serem publicados proximamente pelo jornal A Tribuna e no Tribuna Online.

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