"Queremos fazer ao menos dois federais", diz Euclério Sampaio
Futuro presidente do União Brasil no Estado fala sobre as metas da sigla
O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), está retornando ao União Brasil, seu antigo partido. A informação foi confirmada primeiramente pelo presidente da Assembleia, Marcelo Santos (União), depois pelo próprio Euclério.
Entretanto, o prefeito não volta ao partido somente para fortalecê-lo, mas sim para presidi-lo em nível estadual, segundo o próprio confessou à coluna ainda na noite da última quarta-feira (22). Atualmente, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, é quem é o presidente da legenda.
O movimento foi consumado em Brasília, durante reunião entre Marcelo Santos, governador Renato Casagrande (PSB), vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), e o presidente nacional do União, Antônio de Rueda.
De acordo com Euclério, seu objetivo à frente do partido será torna-lo mais forte no Espírito Santo. Mesmo com a mudança de ares já confirmada, ainda não há previsão de quando isso vai acontecer.
"Está confirmado, vou mesmo assumir a presidência, mas ainda não sabemos quando. Ainda estou me recuperando da cirurgia. Acima de tudo, o objetivo é tornar o União Brasil mais forte, pacificar a sigla e, além disso, tentar fazer ao menos dois deputados federais", ressaltou o prefeito de Cariacica.
Quando Euclério fala em pacificar a sigla, se refere a disputa que houve recentemente a respeito do comando dela no Estado, que precisou até mesmo de uma carta aberta de Rueda. Por algumas semanas, no ano passado, houve a incerteza de quem iria presidir o partido: se Rigoni continuaria à frente ou se Marcelo Santos conseguiria o posto. Desde que saiu do Podemos, Marcelo já havia confirmado que procurava um partido "para chamar de seu".
A chegada de Euclério, portanto, vem para pacificar toda essa história e colocar um ponto final nos burburinhos. Será sob a batuta dele que o partido vai formar as chapas para as eleições do ano que vem. Cabe lembrar que o União é um dos maiores partidos do País, tendo mais de 50 cadeiras na Câmara Federal. Isso faz com que quem tenha o apoio da sigla no Estado possa garantir verba e tempo de televisão, por exemplo.
Possíveis federais
A respeito dos deputados federais que Euclério se referiu, em princípio uma das prioridades seria a própria eleição de Marcelo Santos, que já afirmou algumas vezes que seu objetivo político em 2026 é justamente galgar uma vaga em Brasília. Outra possibilidade, levando em consideração quem já está filiado, envolve o deputado estadual Bruno Resende (União), que tem reduto político em Cachoeiro de Itapemirim.
Além deles, há o próprio Felipe Rigoni, que já foi deputado federal por um mandato. Resta saber se há, por parte dele, vontade de tentar novamente uma das 10 cadeiras disponíveis para o Estado.
Conforme o próprio Euclério ressaltou, um de seus objetivos será "fortalecer o União". Com isso, é possível entender que ele tentará atrair outras lideranças ao partido. Deputado federal Messias Donato, hoje no Republicanos, é um dos cotados. Não é de hoje que os dois têm uma relação de carne e unha. Durante eventos oficiais, Euclério faz questão de falar que é Messias o deputado federal que mais envia recursos de Brasília para Cariacica.
Como fica o MDB?
Com a chegada de Euclério à presidência do partido, o MDB acaba perdendo uma liderança significativa. Cabe lembrar que o prefeito se filiou no mesmo dia em que houve a filiação do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), e ex-prefeito de Colatina Guerino Balestrassi (MDB).
Durante a cerimônia, os três receberam o deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. Estiveram presentes vários filiados históricos do MDB na ocasião, como a ex-senadora Rose de Freitas, e o ex-deputado federal Lelo Coimbra.
Agora, porém, Euclério deixa uma vaga em aberto no MDB para ser ocupada por um governista. Nos bastidores políticos, já há quem aponte que o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), pode ser uma possibilidade para preencher esse espaço, visto que já há algum tempo fala-se que ele pode deixar o Podemos, partido presidido no Estado pelo deputado federal Gilson Daniel. Entretanto, cabe lembrar que é algo que ainda está no campo das especulações.
Antes das eleições municipais do ano passado, Arnaldinho chegou a estar com quase os dois pés dentro do PP. O próprio presidente estadual do partido, Josias Da Vitória, havia confirmado que a filiação iria acontecer. Entretanto, por conta de aspectos como tempo hábil e até mesmo a então intenção de o ex-prefeito de Vila Velha Neucimar Fraga (PP) disputar a eleição, o movimento esfriou.
Com uma possível ida de Arnaldinho ao MDB, o prefeito conseguiria enfim um partido para ser ainda mais protagonista. Sem falar que é uma sigla diretamente ligada ao governador Renato Casagrande (PSB), justamente por ser presidida pelo vice-governador Ricardo Ferraço. Cenas dos próximos capítulos.