Pais permissivos na educação dos filhos
Coluna foi publicada no sábado (07)
Muitos pais e mães se sentem mal quando precisam dar limite a um comportamento errado do filho. Eles têm medo de traumatizar os filhos e fazê-los sofrer. A falta de direcionamento da educação e formação dos filhos poderá ter consequências graves na vida adulta.
Crianças e adolescentes que crescem tendo de tudo e tendo liberdade demasiada poderão se tornar adultos problemáticos e frágeis no futuro.
Sua visão equivocada de mundo os tornará inaptos para uma vida de relação visto que receberam muita coisa sem esforço próprio.
O limite colocado pelos pais é importante para a estruturação da personalidade da criança.
A cada dia seu filho incorpora as normas e convenções sociais, aprendendo desde pequeno o que é certo e o que é errado e se mostrará como uma pessoa ética e de bom caráter na adolescência e vida adulta.
Quando os pais e cuidadores dizem “não” aos seus filhos eles estão sinalizando o “terreno” onde eles devem e podem pisar.
Eles demarcam o espaço de proteção e sinalizam a zona de risco para os seus pequenos.
Os limites são muito importantes no desenvolvimento da criança porque ele organiza a mente e dá a ele a sensação de segurança, pertencimento e de estar sendo cuidado.
A permissividade excessiva por parte da mãe e do pai enfraquece psicologicamente o filho desenvolvendo nele uma baixa tolerância à frustração por não saber lidar com suas perdas e fracassos.
Há filhos que aprendem a chantagear os pais para ter o que desejam. Esses pais e mães se tornam marionetes nas mãos deles por não terem força moral para manter uma ordem e um comando dado anteriormente.
Pais frágeis, indecisos e culpados têm mais dificuldades em impor limites aos seus filhos. Parece sempre haver uma ideia de que essa atitude pode traumatizar e fazer mal. Dessa forma perdem a autoridade e a capacidade de criá-los bem.
Excesso de mansidão e falta de direcionamento pode deixar seus adolescentes perdidos sobre o caminho a seguir na busca do que deseja para o seu futuro.
Estão completamente perdidos e equivocados na educação que proporcionam para eles. Precisam buscar ajuda e suporte para desempenharem bem o papel de pais.
Não se pode tratar os filhos como amigos, como igual. A falta de um posicionamento como pai e como mãe, pode tornar a família um caos.
Dizer não é uma forma de expressar amor, proteção e carinho. É como dizer: “Eu estou aqui, eu me preocupo com você”.
Crianças e adolescentes que crescerem tendo muito fácil as coisas com permissividade além do recomendável, poderão se tornar indivíduos frágeis e com baixa tolerância à frustração.
Há famílias que, equivocadamente, dão uma vida muito fácil aos filhos porque tem uma boa condição financeira. Eles crescem com um ego doentio que os autorizam a tomar atitudes antiéticas, desrespeitosas e às vezes imorais.
Na vida adulta se tornam verdadeiros idiotas com um tipo de “Síndrome de Deus” cometendo barbaridades na vida social, gerando infelicidade para si e para outros.
Um filho bem educado se torna um agente transformador do ambiente à sua volta, proporcionando paz e harmonia por onde passa.
- Cláudio Miranda é da Diretoria da ATEFES (Associação de Terapia Familiar do ES), Terapeuta de Família, Psicopedagogo Clínico, Pós-graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP.
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