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Papo de Família

Papo de Família

Colunista

Cláudio Miranda

Medo de errar

Coluna foi publicada no sábado (02)

Claudio Miranda | 04/12/2023, 10:03 10:03 h | Atualizado em 04/12/2023, 10:05

Imagem ilustrativa da imagem Medo de errar
Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP |  Foto: Arquivo/AT

Você se recorda da última vez que cometeu um erro ou que não conseguiu o sucesso esperado? Como você se sente quando erra na execução de uma tarefa? A sensação de fracasso é sempre muito ruim e, na maioria das vezes, elas são seguidas de cobranças e de críticas.

Nós vivemos num mundo em que o certo é muito valorizado e o erro é vergonhoso e desprezado. Muitos podem perguntar sobre o que tem de positivo no erro. Ele está presente em nossa vida nos sinalizando que há outros modos de fazer tal coisa.

Temos que ser maiores do que a ansiedade, do medo e da vergonha de fracassar. As falhas ao longo do caminho ficarão registradas na memória como experiência de vida.

Quando falhamos, uma das primeiras sensações que nos acometem é o medo das críticas e das rejeições.

Viver nesse pensamento e nessa cultura nos limita e nos impede de tentar novamente.

Qualquer pessoa, seja criança, adolescente ou adulto que passa por sucessivas situações de fracasso pode acabar por incorporar uma sensação de desamparo e de abandono.

Indivíduos que vivem essas situações param de tentar novas alternativas e possibilidades.

Eles incorporam o sentimento de que não adianta tentar de novo, visto que não obtiveram êxito nas suas últimas tentativas.

Os homens são os mais atingidos pelos efeitos dos seus erros e das suas decepções porque são educados desde pequenos para trabalhar, produzir e prover a família. A vulnerabilidade se torna, então, um grande fantasma.

Na vida prática, no trabalho e nas relações, o tempo todo cometemos equívocos, confusões e enganos. Sempre foi assim e assim continuará a ser.

Nossas falhas nos proporcionam experiência e conhecimento. Elas nos ensinam outros caminhos para se alcançar o sucesso.

Quem desiste de continuar tentando não adquirirá outros conhecimentos que proporcionariam outras descobertas e experiências. Ficarão aprisionados no medo de falhar e de decepcionar as pessoas do seu convívio.

A superação do medo libera a sua mente fazendo o processo criativo fluir melhor. A cada erro são identificadas novas possibilidades de acerto e desenvolvimento de novas ideias.

Ao aceitar os nossos fracassos nos tornamos mais corajosos para tornar melhor o nossa família, nosso trabalho e o mundo em que vivemos.

Quem mais erra é aquele que mais faz. Não há sucesso sem esforço, erros e decepções. É melhor fracassar tentando do que não tentar fazer nada por medo de não conseguir.

Normalmente, passamos a vida inteira esperando estarmos prontos e perfeitos para fazermos algo que desejamos, mas isso não existe na realidade humana.

Devemos aceitar nossas limitações e dificuldades, porque vulnerabilidade não é uma fraqueza.

Na realização de seus projetos e de seus sonhos não tenha medo dos julgamentos e críticas, ouse fazer aquilo que você deseja.

Apareça em cena e deixe que todos te vejam. Tenha coragem de ser imperfeito e de não estar pronto. Para dias melhores, ouse mais, arrisque-se mais.

E quando errar, faça de novo, quantas vezes for preciso. Você perceberá que viver assim é melhor, é mais emocionante.

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