Com quem você convive fará diferença

Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP |  Foto: Divulgação

É muito comum vivermos nossa vida com a atenção mais direcionada para outras pessoas. Dessa forma, você poderá viver observando o comportamento e o que o outro tem, perdendo o foco para as suas próprias conquistas.

De um modo direto ou indireto, nós estamos sempre observando as pessoas com quem convivemos e conhecemos. Em uma relação social saudável, o modo de ser do outro me estimula a crescer e melhorar cada vez mais como pessoa.

O meio social e familiar em que vivemos nos impulsiona no progresso pessoal. Por exemplo, um adolescente que vive em um meio em que os seus colegas falam em fazer faculdade, viajar e falar inglês, ele desejará isso para ele também.

Do mesmo modo, um jovem que vive em um meio em que os temas das conversas são fumar, beber, não valorizar os estudos, as perspectivas de futuro desse jovem ou adulto poderão ser muito mais restritas. Para alguns, qualquer coisa estará bom, caso ele não tenha ideia de onde a sua força e o seu poder poderão levá-lo.

Não é que você deva selecionar demasiadamente os amigos com os quais você e o seu filho se relacionam, mas você deve ficar atento ao perfil comportamental de cada um que entra na sua vida.

É bom desenvolver a percepção do que deseja para si no futuro. No caso de um adolescente, ele deve ter em mente a profissão que quer ter, o salário que deseja, os países que pretende conhecer, os sonhos que quer realizar.

Uma pessoa sem sonhos e projetos de futuro pode ter uma vida vazia diante do que pode construir.

A falta de visão de futuro e o que deseja desenvolver pode dar uma sensação de “eu estou perdido” e, com isso, gerar grande frustração.

Às vezes, esse sentimento pode ser um dos desencadeadores do sentimento de tristeza, depressão ou ansiedade. Ter um sonho e um desejo pode ser uma importante bússola de onde queremos chegar.

A caminhada que empreendemos para isso desperta em nós um sentimento de completude e de pertencimento social muito saudável e positivo.

Nas relações dos seus filhos com os amigos, você pode ensiná-los a lidar com as ideias que vêm do grupo e a recusar a deixar que outros dominem o seu pensamento e suas decisões.

Essa triagem deve estar sempre conectada ao seu plano de futuro para escrever a própria história. Evite se apegar ao que te atrasa e o que não é importante. Somos uma síntese das 10 pessoas mais próximas que admiramos, dentro ou fora da família. Até mesmo nossos ídolos nos influenciam.

Nós partilhamos o mesmo pensamento, as mesmas crenças, os mesmos valores e os mesmos comportamentos. Essas pessoas estarão sempre nos influenciando a sermos melhores a cada dia pela reciprocidade que estabelecemos com eles.

A força do grupo pode nos mover ou estagnar. Procure se relacionar com quem te impulsiona, com quem te faz querer ser mais e melhor do que você já é. Busque nos outros inspirações que te farão crescer nos seus objetivos.

Nossa evolução nunca para. O modo de direcionar a sua vida dirá aonde você está indo e onde quer chegar. Pequenos hábitos constroem a nossa felicidade.