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Cidades

Professora explica motivo de tantos terremotos no Brasil


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Imagem ilustrativa da imagem Professora explica motivo de tantos terremotos no Brasil
Câmera de segurança registra supermercado com mercadorias no chão após o terremoto |  Foto: Reprodução / SBT

Mais de 10 tremores de terra foram registrados na Bahia, nas últimas 48 horas, conforme a a doutora em Geologia e Professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiza Leonardi Bricalli. O mais forte deles ocorreu na manhã de domingo (30) e teve magnitude de 4.6.

Na madrugada desta segunda (31), um novo tremor de terra na cidade de Amargosa, na Bahia, de magnitude 3.5, registrado pela Rede Sismográfica Brasileira (RSBR).

"Muito provavelmente esses dois terremotos que ocorreram na Bahia estão relacionados e, possivelmente, devido à movimentação da mesma falha geológica. No entanto, necessita-se de pesquisas mais específicas para poder afirmar esse fato", afirma a especialista.

Bricalli explica que um terremoto ocorre quando as rochas sob tensão rompem-se, repentinamente, ao longo de uma falha geológica. Os blocos de rochas ao se movimentarem, deslizam provocando vibrações (ondas sísmicas).

"Ocorre com maior frequência nos limites de placas tectônicas (composta por crosta e manto) que se deslocam horizontalmente em diferentes direções em todo Planeta Terra. O Brasil está sobre uma Placa Tectônica (Placa Sul Americana), que denominamos de uma região de Intraplaca", informa.

No entanto, a especialista ressalta que, no Brasil ocorrem terremotos por vários motivos geológicos, mas não com magnitudes altas como em áreas próximas ou em limites de placas tectônicas.

"Os terremotos no Brasil ocorrem com magnitudes baixas, com média de 2.5, 3.0 e não são sentidos pela população muitas vezes, devido a sua profundidade de ocorrência e por ocorrer, muitas vezes, longe de centros urbanos", disse ela.

Confira a análise da doutora em Geologia e Professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiza Leonardi Bricalli, sobre o motivo de tantos terremotos na Bahia e no Brasil.

Conheça mais sobre o assunto no canal da especialista no Youtube, clicando aqui.


Análise


Imagem ilustrativa da imagem Professora explica motivo de tantos terremotos no Brasil
Doutora em Geologia e Professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiza Bricalli. |  Foto: Acervo pessoal

"O motivo da ocorrência dos terremotos no Brasil, no Espírito Santo e os que ocorreram no domingo (30) e nesta segunda-feira (31) no estado da Bahia podem estar relacionados à reativações de falhas geológicas, podendo destacar aqui as falhas transversais presentes na Cadeia Meso Atlântica que se prolongam para o continente. Além disso, pesquisas científicas indicam que a Placa Sul America (onde o Brasil está inserido) está sendo comprimida pela movimentação das Placas Tectônicas (veja o vídeo no meu Canal no Youtube sobre “Placas Tectônicas – Parte 1 e 2, Youtube.com/c/luizabricalli). Além disso, é importante mencionar as falhas geológicas presentes nas bacias sedimentares, que é uma área deprimida, de origem tectônica, preenchida por rochas sedimentares (ou sedimentares e vulcânicas), com falhas nas bordas, a despeito do que acontece na região nordeste do Brasil.

É importante salientar que a região nordeste é a região sismicamente mais ativa do país, pois as falhas do nordeste são muito ativas e causam acúmulo de stress e liberação na forma de evento sísmico. Em outros locais do país a reativação é um pouco diferente, apesar de também existirem falhas geológicas reativadas, assim como ocorre no estado do Espírito Santo, por exemplo.

No domingo (30), no fim da tarde (horário de Brasília), ocorreu um terremoto de alta magnitude (6.5) na Cordilheira Meso Atlântica (que encontra-se no meio do Oceano Atlântico), registrado pela USGS (Serviço Geológico Americano) e pela GFZ. Essa cordilheira encontra-se no limite das Placas Sul Americana e Africana, formada em um sistema de divergente (oceano-oceano) e apresenta alta sismicidade.

Apesar de ser um limite de placa divergente oceano-oceano, existe um complexo de falhas geológicas strike-slip de diversos tamanhos e com cinemática complexa. Essas falhas podem se prolongar até o continente.

Não se sabe ainda se há uma relação desse sismo da Cordiheira Meso Atlântica com os sismos ocorridos ontem (30/08/20) de magnitude 4.6 em Amargosa (Bahia, Brasil) e nesta segunda-feira (31) de magnitude 3.5 – apesar de existir a possibilidade dessas falhas geológicas (que estão em constante movimentação) poderem se prolongar até o continente a oeste (em direção ao Brasil) e que esses sismos nessas duas localidades ocorreram no mesmo dia. No entanto, necessita-se de pesquisas mais detalhadas para poder verificar essa relação, assim como se faz em toda pesquisa científica.

No estado do Espírito Santo já existiram cerca de 30 terremotos, sendo o de maior magnitude (6.1) ocorrido em Vitória, no dia 01/03/1955, registrado pelo International Seismological Center (ISC) da Inglaterra, sendo este considerado o segundo maior terremoto do Brasil.

O Grupo de Pesquisa “Neotectônica no ES” do “Laboratório de Neotectônica e Sismológico – LANESI” da UFES, coordenado por mim, Dra. Luiza Bricalli, tem catalogado todos os terremotos ocorridos aqui, até a presente data, com detalhamento do dia, local, epicentro e magnitude.

No dia 02/07/2020 moradores da Grande Vitória relataram estrondo e tremor de terra, especialmente nas cidades de Vitória, Vila Velha e Serra. As estações sismográficas DUB (Duas Barras-RJ), CAM (Campos-RJ) e SJMB (São João de Manteninha-MG) registraram tremores de terra, com epicentro do terremoto em Maruípe (Vitória-ES, Brasil - Latitude 20.30°S e Longitude 40.31°W) e ocorreu às 13:24h, com Magnitude de 1.9, segundo centro de Sismologia da USP.

Sendo assim, outros terremotos podem ocorrem no Espírito Santo, no entanto, com magnitudes baixas e muitas vezes nem são sentidos pela população. Tem uma profundidade rasa, mas não causa nenhum tipo de danos a grandes estruturas, devido a sua profundidade de ocorrência e por ocorrer, muitas vezes, longe de centros urbanos.

Além disso, o Brasil e, por consequência o estado do Espírito Santo, estão longe de um limite de Placa Tectônica (onde ocorrem terremotos de alta magnitude) e, por isso, os abalos sísmicos que ocorrem aqui são de baixa magnitude, não gerando danos à população".

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