Professor reencontra o pai após 30 anos
Daywid Silva, de 33 anos, que não via Adriano Cirilo desde quando tinha 3 anos, supera dor da ausência e se reconcilia com o pai
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Com o coração aberto e uma dor antiga superada, o professor universitário e personal trainer Daywid Silva, de 33 anos, percorreu mais de 560 quilômetros para encontrar o pai, o pedreiro Adriano Cirilo, de 53 anos.
Para Daywid, o caminho de reconciliação, de Guarapari até Ribeirão das Neves (MG), onde o pai mora, foi emocionante e transformador.
É que após uma vida inteira sem a presença do pai, Dede, como é conhecido o professor, encontrou coragem para buscar a paz interior e, ao lado de Adriano, redescobriu o poder do perdão. “O perdão foi a chave para essa transformação, para aliviar e renovar a alma”, disse.
O encontro aconteceu alguns dias antes do Natal, em um renascimento de um vínculo que estava perdido, como conta o professor.
“Tenho certeza de que esse momento só se tornou especial porque curei antes toda a dor que eu carregava no coração. Não fui encontrar com ele com remorso ou mágoa. Pelo contrário, quando eu fui procurá-lo, já tinha curado toda essa dor causada pela falta dele”.
Dede revela que sempre soube da existência de Adriano, morador de Ribeirão das Neves, em Minas.
“Sabia que tinha pai, que se chamava Adriano, mas achava difícil essa busca e deixava de lado. Quando me curei, pedi o contato dele, e passamos a conversar. Foram oito meses conversando por telefone, antes do dia do reencontro”, diz Dede.
O reencontro também trouxe à tona um gesto que tocou profundamente o filho: Adriano guardava uma foto dele quando tinha 2 anos de idade. “Isso também me marcou bastante”, revelou.
Adriano, que se afastou quando Daywid tinha 3 anos, contou ao filho sobre os problemas pessoais que o levaram a deixar Guarapari.
“Hoje compreendo o que o levou a ir embora (sem revelar à reportagem), e assim não guardo rancor. O que faz sentido é o que vai acontecer daqui para frente. Eu me sinto filho, e ele passa a ser meu pai”, diz Daywid.
Quando criança, Daywid ficou com a família materna em Guarapari. “Sou grato a Deus pela vida da minha mãe, Eliane da Silva, que fez o seu melhor para que eu pudesse me desenvolver, e a minha avó Maria Madalena (falecida), que foi fundamental, dando todo suporte, amor e carinho”, disse. “Meus tios Reginaldo, Silvana e Edvaldo também foram importantíssimos na minha criação, amo cada um”, completou.
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