“Pílula do sexo” tem recorde de vendas e médicos fazem alerta
Tadalafila viralizou nas redes sociais. Médicos alertam para os riscos do uso sem indicação, sobretudo entre os jovens
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A indicação é para um problema sério, que atinge principalmente homens após 50 anos: a disfunção erétil. Mas o aumento expressivo na venda do Tadalafila, o Cialis, chama atenção para o uso cada vez mais comum por jovens, seja para potencializar a prática da atividade física ou até antes da balada. Médicos, no entanto, alertam para riscos do uso sem indicação.
Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que em todo o ano de 2023 foram vendidos 47 milhões de medicamentos, mais que o dobro de 2020, quando foram 21 milhões. Em 2024, apenas no primeiro semestre, já tinham sido comercializados 31 milhões de unidades.
O farmacêutico Antuany Reis afirmou que hoje se observa uma alta procura por Tadalafila por homens de todas as idades, principalmente jovens. “Esse é um medicamento que é tarjado, vendido com prescrição médica. No entanto, por não precisar de retenção da receita, ele é facilmente comprado”.
O uso do “Tadala”, como é conhecido, viralizou nas redes sociais e virou até músicas de artistas famosos do piseiro e do arrocha. Em um clipe, com 6 milhões de visualizações, a medicação é servida em bandejas em festas. Na letra, “Sabe qual é o segredo para durar a noite todinha? Tadalafila, tadalafila”.
O urologista e especialista em cirurgia robótica Felipe Merlo Magioni explicou que o Tadalafila é um vasodilatador. “Ao ser ingerido, inibe a enzima fosfodiesterase e aumenta o fluxo sanguíneo para o tecido peniano”.
O andrologista Eduardo Marsiglia enfatizou que tanto o Tadalafila quanto o sildenafila (Viagra), de forma geral, têm efeitos colaterais pequenos.
“No entanto, precisam ser bem indicados, pois são voltados para alguns problemas que levam homens à disfunção erétil. É importante que o uso seja feito com indicação e orientação médica”.
O urologista e sócio diretor da Unifert, Fernando Ferreira Chagas, destacou que os riscos do uso da medicação podem acontecer em qualquer idade. “Entre eles, está hipotensão (queda pressão arterial) em pacientes com cardiopatia em uso de certas substâncias para controle da pressão. Podem ter, ainda, rubor facial, cefaleia, irritação gástrica e dores musculares”.
Ele ainda pontuou que tem visto no consultório jovens com problema de disfunção erétil após uso da medicação. “Isso está relacionado com fatores também psicológicos e de autoestima”.
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