Pesquisa para criar plástico que se decompõe em 120 dias

| 18/10/2020, 11:33 11:33 h | Atualizado em 18/10/2020, 11:40

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-10/372x236/luiz-fernando-schettino-722e8b85dd349117acad78c4fbf00208/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-10%2Fluiz-fernando-schettino-722e8b85dd349117acad78c4fbf00208.jpeg%3Fxid%3D146290&xid=146290 600w, Luiz Fernando Schettino: “Com materiais não poluentes, o meio ambiente não é agredido e preserva-se a  vida marinha”

Em meio a um mundo em que a indústria produz e a população consome cada vez mais plásticos, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão em fase avançada num estudo para a fabricação de um plástico que pode se decompor em 120 dias na natureza.

A pesquisa tem como base a produção do plástico a partir do amido de mandioca e do gás ozônio.

Formada em Engenharia da Computação e membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas, a professora Tereza Cristina Carvalho trabalha há 10 anos com sustentabilidade e faz parte da equipe de pesquisadores.

De acordo com ela, a pesquisa já passou em alguns testes e se encontra em estágio avançado. “O estudo já está na fase de laboratório. Já passou pela prova de conceito e viabilidade técnica, que é quando descobrimos se o material pode servir ou não para o fim que queremos. E, nesse caso, foi aprovado”, detalhou.

Tereza Cristina também explicou que o plástico utilizado no dia a dia tem como matéria-prima o petróleo, que não é biodegradável. Com isto, o tempo para esse material se decompor na natureza pode levar de 20 a 600 anos, dependendo do produto.

Otimista com o andamento do estudo, a pesquisadora destacou a sua importância para o meio ambiente. “É importante e urgente. Um dos maiores problemas da sociedade moderna é o uso do plástico. Eu estou muito otimista em relação a essa pesquisa”.

A próxima fase da pesquisa é uma das mais importantes: a viabilidade financeira.

Esse estágio é o que define se o material é viável financeiramente para ser produzido em larga escala e chegar ao mercado.

A pesquisa com o amido de mandioca e o gás ozônio foi iniciada há 15 anos e envolve ainda outros grupos de estudos.

O professor Luiz Fernando Schettino, do Departamento de Oceanografia e Ecologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), ressaltou a importância de pesquisas como essa e alerta sobre as consequências do plástico no meio ambiente.

“Esse tipo de pesquisa e a solução que ela busca são muito importantes, pois, com materiais não poluentes, o meio ambiente não é agredido e preserva-se a vida marinha também. Sem dúvida, é uma alternativa importante”, salientou Schettino.


SAIBA MAIS Pesquisa


  • A pesquisa teve início há 15 anos, e envolve, além da USP, o Laboratório de Engenharia de Alimentos (LEA) da Escola Politécnica (Poli).
  • O objeto de estudo principal da pesquisa é o amido de mandioca e gás ozônio.
  • A pesquisa já passou pela prova de conceito e pela viabilidade técnica, que é o que mostra se o material pode ser usado para o que o grupo de pesquisa deseja.
  • Agora, o material vai passar pela prova de viabilidade financeira, que vai apontar se o produto é viável para ser produzido em larga escala.
  • Com esse novo plástico, o material se degrada na natureza em até 120 dias.
  • O plástico usado atualmente tem como matéria-prima o petróleo, que não é biodegradável. O tempo para esse material se decompor na natureza pode levar de 20 a 600 anos.

Oceanos

  • Segundo a World Wide Funds For Nature (WWF), cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos são despejadas nos oceanos por ano.
  • Os plásticos lançados nos oceanos entram na cadeia alimentar dos animais, podendo afetar a reprodução de espécies.
  • O Oceano Pacífico Norte é onde há a maior concentração de plásticos, pois fica entre os EUA e a Ásia, um dos maiores produtores de plástico no mundo.

Fonte: Professores Tereza Cristina Carvalho e Luiz Fernando Schettino.
 

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