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Cidades

Pedagoga relata tragédia em dia festivo: “No Dia das Mães, velava a minha filha”

Raysla era estudante do Ifes e morreu em um acidente de carro


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Era sábado, véspera do Dia das Mães, quando a pedagoga Rosiane Pereira Rangel, 53 anos, soube, por meio de um telefonema, que sua filha Raysla Hérlem Rangel de Oliveira, 17, tinha sofrido um acidente. Desesperada, perguntava para qual hospital havia sido levada, quando soube que ela não resistiu.

Quem também morreu foi o amigo da jovem, Jessé Araújo Martins dos Santos, de 18 anos. Ambos eram estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus Santa Teresa.

LEIA TAMBÉM: Dois alunos do IFES Santa Teresa morrem em acidente

O motorista, de 68 anos, que conduzia o veículo em que os dois estavam, fez o teste do bafômetro, que deu positivo. Ele foi preso. As vítimas pegavam uma carona, pois não tinham conseguido passagem de ônibus para Vitória, onde ela iria passar o domingo com a mãe.

Imagem ilustrativa da imagem Pedagoga relata tragédia em dia festivo: “No Dia das Mães, velava a minha filha”
Rosiane ao lado da filha Raysla |  Foto: Acervo Pessoal

A Tribuna - Como descreve a sua filha?

Rosiane Pereira Rangel - Ela tinha sonhos, dizia que queria trabalhar fora, viajar, conhecer países. Ela era uma guerreira. Era o último ano no Ifes, onde cursava técnico em Informática para Internet. Em sua homenagem, eu quero ir à formatura e receber o diploma em nome dela (choro).

Como soube do acidente?

Na realidade, a história começou na sexta-feira, quando ela falou que viria para Vitória para passar o Dia das Mães comigo. Achei que estivesse vindo, mas ela me ligou horas depois e disse que tinha uma notícia péssima para me dar. Levei um susto, pois acabei de perder o meu pai, que morreu em fevereiro por problemas de saúde.

O que ela falou?

Ela disse que tentou comprar passagens na sexta-feira pelo site, mas não conseguiu porque já havia esgotado, mas falou que daria um jeito. Ela disse que iria acordar na madrugada (sábado) e tentaria chegar. Falei pra ela que não precisava vir no sábado e ir embora domingo, mas ela respondeu dizendo que iria ver o que faria. Falei para ela aproveitar e descansar, estudar. Pensei que tivesse convencido a minha filha a não vir.

No sábado, passei em uma lojinha e comprei uma roupinha para ela. A irmã dela, de 14 anos, mandou foto para Raysla. Eu sempre fui de mimar as minhas duas filhas.

Cheguei em casa por volta das 14 horas, fui organizar as coisas em casa. Passou um tempo, vi uma ligação perdida e uma mensagem no celular.

Quem era?

Era o coordenador do Ifes dizendo que precisava falar comigo. Isso já era à noite, entre 18 e 19 horas, e retornei a ligação.

O que ele disse?

Inicialmente, perguntou como eu estava, mas depois de um tempinho falou que estava entrando em contato, pois tinha acontecido um acidente. É uma notícia muito difícil de dar. Ele disse que, segundo informações, a minha filha estava envolvida nesse acidente. Eu dizia: ‘Fala que não é verdade’. Fiquei desesperada.

A informação era de que ela estava tentando chegar em casa, pediu uma carona com um senhor para chegar até Fundão e, de lá, iria tentar comprar uma passagem para vir até Vitória para passar o Dia das Mães comigo.

O que sentiu quando recebeu a notícia do acidente?

Achei que ela tinha sido socorrida, mas ela foi levada para o IML de Vitória. Mesmo sendo muito difícil, eu quis reconhecer o corpo. Tinha esperança que não fosse ela, mas infelizmente isso não aconteceu. Foi ali que a ficha caiu e, no Dia das Mães, eu velava a minha filha (choro). Perdi uma filha que foi planejada e muito amada.

A senhora foi?

Mesmo sendo muito difícil, eu quis reconhecer o corpo. Na verdade, eu tinha esperança de que não fosse ela, que ela poderia ter sido lançada na mata durante o acidente, mas infelizmente isso não aconteceu. Era a minha filha que estava ali (choro).

Foi ali que a ficha caiu e, no Dia das Mães, eu velava a minha filha (choro). O sepultamento foi no domingo, Dia das Mães. Perdi uma filha que foi planejada e muito amada (choro).

Somente no final de semana do Dia das Mães foram 13 mortes de trânsito. O que diz sobre essa triste estatística?

Nada vai trazer a minha filha de volta, mas eu peço que as estradas do interior tenham mais fiscalização. A minha filha morreu em uma estrada turística, estavam todos sem cinto pelo que disseram. Parece que ele (condutor) fez o teste do bafômetro e deu positivo. Disseram que ele estava dirigindo em zigue-zague. Agora, está preso e a minha filha e o amigo dela (Jessé) estão mortos. Eu espero que a Justiça seja feita.

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