"Não houve colisão", alega construtora responsável por prédio que corre risco de desabar

| 25/01/2021, 17:01 17:01 h | Atualizado em 25/01/2021, 17:37

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-01/372x236/predio-interditado-em-nova-itaparica-a28e97f9eabb1ec88e0d93a11f0ef852/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-01%2Fpredio-interditado-em-nova-itaparica-a28e97f9eabb1ec88e0d93a11f0ef852.png%3Fxid%3D159819&xid=159819 600w, Rachadura em coluna de prédio em Nova Itaparica, Vila Velha

"Não houve colisão". Essa fala é da equipe jurídica da Santos Construtora, responsável pelo edifício com risco de desmoronamento no bairro Nova Itaparica, em Vila Velha. Por meio de uma advogada, a empresa nega versão dada por irmão do dono da construtora. 

Na madrugada deste domingo (24), o edifício foi interditado após apresentar risco de desmoronamento e fez com que a Defesa Civil do município também interditasse prédios e casas vizinhas. Um morador chegou a registrar, em vídeos, as rachaduras nas colunas do edifício.

Já na manhã desta segunda-feira (25), José Francisco dos Santos, irmão do dono da empresa, esteve no local e afirmou à reportagem do Jornal A Tribuna que a causa da explosão nas colunas seria a colisão de um carro.

“Alguém drogado ou bêbado deu ré com o carro, bateu na coluna, ela estourou e o prédio vibrou. Esses prédios nossos são acompanhados por engenheiros e têm fiscalização da prefeitura”, garantiu o familiar do proprietário.

Quando fez a afirmação, moradores e o síndico chegaram a contestar a versão de José Francisco.

“Isso de carro ter batido não existe. A gente escuta o barulho do portão quando alguém entra ou sai de carro, e não houve barulho. As marcas de pneu que estavam na garagem eram do morador da cobertura, e até caíram os blocos da coluna em cima do carro dele, danificando”, disse Mauro.

Ao Tribuna Online, no entanto, a advogada do empresário, Márcia Nunes, afirmou que a versão dada por José Francisco dos Santos não é verdadeira. 

"Por enquanto, estamos aguardando o laudo, que deve ficar pronto no final da tarde (desta segunda-feira), mas o que podemos afirmar é que não houve colisão, como afirmou o irmão do dono da construtora", afirmou a advogada.

Ainda de acordo com ela, a empresa responsável pelo prédio não possui sócios, portanto, as únicas pessoas que podem responder por ela são o dono e a equipe jurídica dele.

Márcia ainda encaminhou uma nota comunicando todo o posicionamento da empresa até esta terça-feira (25). Leia na íntegra:

Desde o momento do ocorrido a Santos Construtora tem prestado toda a assistência aos moradores, fornecendo hospedagem em hotéis e alimentação. Até o presente momento a construtora não foi notificada pelos órgãos competentes quanto ao ocorrido na madrugada de domingo e nem mesmo recebeu nenhuma informação oficial.

De qualquer forma, a Santos Construtora tem tomado todas as medidas possíveis e cabíveis, inclusive estão sendo realocados todos os moradores para um único hotel, o Bristol de Itaparica no início desta tarde.

Anteriormente, diante da urgência da situação, período da madrugada e alta temporada, foi dificultosa a hospedagem de todos no mesmo local.

Entenda o caso

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-01/372x236/predio-interditado-em-nova-itaparica-34a4818feca1493783c789a9e87c2722/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-01%2Fpredio-interditado-em-nova-itaparica-34a4818feca1493783c789a9e87c2722.jpeg%3Fxid%3D159820&xid=159820 600w, Duas colunas do prédio, localizado em Nova Itaparica, Vila Velha, ficaram com a estrutura comprometida. Moradores acordaram de madrugada com estrondos e a Defesa Civil foi acionada

Moradores contaram que, por volta de meia-noite, ouviram o primeiro estrondo. “Eu ainda estava acordada quando ouvi aquele barulho. Uma vizinha desceu para ver o que era e já subiu gritando, falando que uma coluna explodiu. Todo mundo saiu correndo, deixando tudo para trás. Só consegui salvar meus gatos”, lembrou a babá Tânia dos Santos, 41, que mora no primeiro andar.

Depois que a primeira coluna se rompeu, o síndico do prédio correu até a garagem para ver o que tinha acontecido.

“Quando a gente estava lá embaixo estourou a segunda pilastra. Fez um estrondo horrível. Vai ser muito difícil esquecer isso, um barulho aterrorizante”, declarou Mauro Basílio, de 45 anos.

A Defesa Civil foi acionada e interditou o prédio, além das construções do entorno, num raio de 40 metros.

O prédio tem 23 apartamentos, e 21 estavam ocupados. Com o estrondo, moradores disseram que a estrutura chegou a tombar para trás, ficando apoiada num prédio que está sendo construído atrás. A Defesa Civil definirá se os imóveis podem voltar a ser ocupados. Enquanto isso, quem vive lá foi alocado em hotéis e casas de parentes.

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