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Cidades

Médicos avaliam quais os maiores desafios da profissão na atualidade

Para o médico Márcio Jacob, especializado em inovação, em um mercado tão concorrido, é fundamental que os médicos entendam sobre empreendedorismo


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Médicos avaliam quais os maiores desafios da profissão na atualidade |  Foto: Leone Iglesias/AT

O Brasil conta com mais de 570 mil médicos ativos, segundo a última Demografia Médica, feita este ano pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Presidente da Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil – regional Espírito Santo (Aemed-ES), Pedro Lucas Alves Pereira fala sobre os desafios da profissão.

“É preciso muito foco e disciplina tanto por conta do peso acadêmico do curso, quanto pelo peso da profissão. Querendo ou não, quando se trata de vidas, não é possível não determinar o máximo esforço e dedicação”.

No entanto, o crescimento é visto com preocupação por profissionais médicos, conforme explica o neurocirurgião Walter Fagundes, diretor científico da Associação Médica do Espírito Santo (Ames).

“Temos visto o aumento pouco criterioso do número de vagas e do número de escolas de Medicina no Espírito Santo e no Brasil, sem uma infraestrutura adequada para a formação médica, sem hospitais-escola, sem pontos de atendimento, que no meu julgamento é indispensável para que o aluno tenha uma formação médica adequada. Isso cria um grande problema em relação à qualidade da formação”.

Para o médico Márcio Jacob, especializado em inovação, em um mercado tão concorrido, é fundamental que os médicos entendam sobre empreendedorismo.

“Temos uma estimativa apontando que em 2035 teremos 1 milhão de médicos no País. É importante que o médico também tenha uma visão de empresa e consiga entender de negócios e saiba como funciona o mercado”.

MAIORES DESAFIOS DOS MÉDICOS NA ATUALIDADE

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|  Foto: Leone Iglesias/AT

Redes sociais

“As redes sociais se tornaram o novo desafio do cuidado assistencial. Enquanto em muitos países essa plataforma é usada de maneira benéfica – com médicos contratados para orientar e prestar os primeiros cuidados a distância – no Brasil isso carece de existir. No atendimento público, o contato, para receber atendimento presencial, é complexo e não há serviços de orientação on-line”.

Kitia Perciano, oncologista e membro da diretoria da Ames

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|  Foto: Leone Iglesias/AT

Qualidade de vida

“O principal desafio hoje da classe médica é conseguir ter qualidade de vida em um mercado onde precisa de aperfeiçoamento, de estar estudando todo dia e onde. Além de tratar o doente, existem várias questões burocráticas envolvidas. Buscar bom atendimento para o paciente, num mercado com péssima remuneração, dominado pelos convênios médicos, é um desafio que o médico tem de enfrentar e que, infelizmente, não há boas perspectivas em curto prazo”.

Walter Fagundes, neurocirurgião e membro científico da diretoria da Ames

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|  Foto: Leone Iglesias/AT

Menos burocracia

“Hoje, como médicos, temos como principal desafio, o tempo de qualidade com o paciente. Costumamos dizer que temos muitos pacientes, porém muito mais papel. Queremos ter mais tempo para os pacientes e menos para a burocracia. Acredito que a inteligência artificial vem também para reduzir essa carga de pautas burocráticas e assim focarmos 100% no paciente”.

Fabiano Barcellos, médico e doutorando em IA

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|  Foto: Leone Iglesias/AT

Desafio da comunicação

“O desafio do médico hoje é lidar com as novas tecnologias. Nós temos, por exemplo, a inteligência artificial e precisamos lidar com isso de maneira ética, que possa agregar ao tratamento do paciente. Outro grande desafio é a comunicação entre médico e paciente. Temos as redes sociais, que vieram e ficaram, mas precisam ser usadas de maneira consciente, não apenas como ferramenta de busca, mas também divulgarmos informação médica e conteúdo de qualidade”.

Leonardo Lessa, angiologista e diretor da Ames

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|  Foto: Leone Iglesias/AT

Maior versatilidade

“Há uma grande quantidade de médicos formando a cada ano. Mesmo a medicina sendo uma área que a sociedade nunca deixará de precisar, imagino que ocorrerá uma saturação do mercado, necessitando cada vez mais de profissionais especializados, o que demanda mais tempo de formação. Não só a especialização, mas as subespecializações e a versatilidade de trabalho e renda”.

Pedro Lucas Alves Pereira, presidente da Aemed-ES

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