Médicas protestam pelo direito de posar de biquíni

| 13/08/2020, 12:33 12:33 h | Atualizado em 13/08/2020, 13:02

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-08/372x236/biquini-f13eeb0f15bf486ea9c84852343e76be/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-08%2Fbiquini-f13eeb0f15bf486ea9c84852343e76be.jpeg%3Fxid%3D136882&xid=136882 600w, Médicas Lorena Baldotto e Ana Carolina Lopes apoiam o movimento

Uma onda de protestos com a hashtag #MedBikini ocorreu nas mídias sociais na última semana, após a divulgação de um estudo publicado no Journal of Vascular Surgery. A pesquisa informava que o conteúdo postado por médicos nas redes poderia afetar a escolha do paciente na hora de buscar atendimento e a reputação do profissional.

O artigo foi publicado em dezembro do ano passado, mas ganhou mais visibilidade nos últimos dias. Ele citou como conteúdos potencialmente não profissionais “trajes inapropriados”, “segurando ou consumindo álcool” e “poses provocantes em biquínis e trajes de banho”.

Apesar de ter sido voltado para médicos no geral, não explicitando gênero, o movimento #MedBikini começou com mulheres. Ele ganhou adeptas de vários lugares do mundo, em que médicas postaram fotos de biquíni ou segurando bebidas alcoólicas, como protesto.

Para a ginecologista e sexóloga Lorena Baldotto, colunista de A Tribuna, o estudo foi tendencioso. "Nós, mulheres, ainda somos muito julgadas em nossas capacidades e inferiorizadas em algumas profissões. O que eu visto ou o que faço na minha hora de lazer não determinam o quanto me empenho dentro do meu consultório”.

Lorena contou que faz lives em redes sociais, muitas vezes de assuntos polêmicos, e trata-os com tranquilidade. “Às vezes, tomando um vinho e interagindo com as pessoas. Acho que mostrar esse lado um pouco mais pessoal ajuda a falar sobre esses assuntos”.

A ginecologista e obstetra Ana Carolina Lopes também apoia o movimento. Ela afirmou usar as redes como reflexo do dia a dia.

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“Em qualquer profissão, os momentos de lazer não definem a competência profissional. Acredito que eles são fundamentais para o bem-estar físico e mental e contribuem para o desempenho da nossa profissão, e não devemos nos privar de publicá-los”, disse.

A especialista em Marketing de Diferenciação, Alessandra Beserra, pontuou que as mídias sociais precisam ser humanizadas.

“É essa mistura do perfil profissional com o pessoal que engaja os seguidores. Quando o médico também publica em suas redes que foi à praia e fez exercício físico, os seguidores o acompanham ainda mais. É nesse momento que se instaura o processo de humanização”, pontuou.

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