Maioria dos alunos da Ufes é contra aulas a distância

| 18/06/2020, 16:29 16:29 h | Atualizado em 18/06/2020, 16:38

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A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) discute a possibilidade de realização de aulas a distância, modelo chamado pela instituição como ensino remoto emergencial. O modelo ganhou esta semana informações importantes para o debate.

Uma pesquisa ouviu 11.656 estudantes, o que corresponde a 49,09% dos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação presenciais. A maioria que participou, entretanto, votou contra a realização de atividades não presenciais durante a pandemia da Covid-19, sendo 57% (6.651) contra e 43% (5.005) a favor.

Mais de 11 mil estudantes também afirmaram ter acesso à internet, o que corresponde a 96% dos alunos participantes da pesquisa, contra 437 (4%) que disseram não ter. Para participar, era necessário ter acesso à internet para chegar ao link do formulário que foi enviado por e-mail.

Os dados estão sendo analisados pelos 11 centros de ensino, que até o próximo dia 26 encaminharão sugestões de soluções ao grupo de trabalho, que enviará o material à reitoria para discussão com o Conselho Universitário e Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.

Estudante do sexto período de Jornalismo, Sara de Oliveira Silva, de 21 anos, votou contra as aulas não presenciais:

“A pesquisa foi feita pela internet e a maioria não participou, então não tem como afirmar que a maioria tem acesso à internet. Votei contra porque a universidade é pública e todos precisam ter acesso ao ensino. Promover uma forma de ensino que nem todos podem ter é uma forma de exclusão”.

O reitor Paulo Sérgio de Paula Vargas, porém, garante que isso tem sido levado em consideração.

“O principal é garantir uma isonomia de condições para todos participarem dessa solução. Temos alunos de camadas de maior vulnerabilidade social, então a gente tem de ter o cuidado e garantir que as pessoas que teriam dificuldades de acesso à internet ou de equipamentos adequados tenham condições”.

Segundo ele, estão sendo discutidas várias alternativas. “Elas vão desde possibilidade de contratação de acesso à internet, auxílio para o aluno custear esse acesso e alocar equipamentos”, afirma.


OS NÚMEROS NA UFES


Pesquisa mostra que maioria dos universitários tem acesso à internet em casa

  • 11.656 alunos da Ufes participaram da pesquisa, o que corresponde a 49,09% dos 23.744 estudantes de cursos presenciais de graduação e pós-graduação da universidade;
  • 11.219 (96%) dos alunos participantes disseram que possuem acesso à internet, enquanto 437 (4%) afirmaram não ter;
  • 10,29% afirmaram que a qualidade do sinal da internet é “muito boa” e 60,16% assinalaram que é “boa”;
  •  apenas 101 alunos (0,86%) alegaram não ter equipamentos em condições de uso em casa, como notebook, computador ou celular.
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Questionados se eram favoráveis à retomada do calendário 2020.1, utilizando atividades não presenciais, durante o isolamento social, 6.651 (57%) foram contra e 5.005 (43%), a favor. -  Perguntados se consideram que o conteúdo estudado por meios online poderia ser avaliado no retorno das aulas presenciais, 12% responderam que “sim”; 45% disseram que “sim”, mas com a ressalva de que seria importante o professor revisá-los antes da avaliação. Outros 43% afirmaram que não poderia haver avaliação dos conteúdos.

> 41% acreditam que o ensino online prejudicaria o aprendizado; 36%, que afetaria parcialmente; e 23%, que não prejudicaria;
> 605 (5%) responderam que tiveram sintomas de coronavírus e 11.051 (95%) não tiveram.
> a pesquisa também ouviu 947 professores da instituição, o que corresponde a 53,86% do corpo docente. Sobre o ensino remoto, a maioria dos professores dos cursos de graduação é contra (509 contra 429), enquanto a maioria dos professores dos cursos de pós-graduação é a favor (253 contra 178).

Fonte: Ufes.

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