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Cidades

“Golpe da novinha” faz vítimas na Grande Vitória

Bandidos se passando por mulheres jovens chantageiam homens que acabam enviando fotos e vídeos íntimos após conversas virtuais


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Se passando por garotas jovens e atraentes, golpistas têm convidado homens para conversas privadas nas redes sociais. Para isso, se disfarçam atrás de perfis falsos com fotos sensuais.

Totalmente seduzidas, as vítimas acabam enviando fotos e vídeos íntimos, vacilo perfeito para os criminosos de plantão iniciarem a extorsão.

Essa modalidade de crime, batizada de golpe das novinhas ou golpe dos nudes, tem feito em média, quatro vítimas por mês na Grande Vitória, segundo o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, delegado Brenno Andrade.

Imagem ilustrativa da imagem “Golpe da novinha” faz vítimas na Grande Vitória
Delegado Brenno Andrade revela que homens, geralmente comprometidos, perdem entre R$ 5 mil e R$10 mil |  Foto: Arquivo/AT

Dos casos que chegam à polícia, de acordo com o delegado, quem lidera são homens, geralmente comprometidos. Eles perderam entre R$ 5 mil a R$ 10 mil.

“Primeiro, a suposta garota envia mensagens para a vítima maior de idade e, durante a conversa, começa a mandar foto e vídeo íntimo. O cara, totalmente envolvido, manda também”.

É aí que entra a segunda parte do plano: o golpista assume a conversa que antes era com a suposta garota e começa a exigir valores em dinheiro sob ameaça de denunciá-lo à polícia por pedofilia ou prisão por enviar e receber fotos de uma menor de idade.

“Há casos em que o golpista diz que, para que a denúncia não seja feita, a pessoa precisará pagar determinada quantia em dinheiro. Tem situações em que eles alegam que o dinheiro é para que a suposta vítima, que seria menor de idade, faça um tratamento psicológico”, exemplificou Andrade.

Em alguns casos, os criminosos se passam por policiais, promotores de Justiça e até juízes com a finalidade de aumentar o poder de coação sobre as vítimas.

Constrangida, a pessoa acaba cedendo às chantagens e faz a transferência dos valores solicitados, normalmente por Pix. “As vítimas demoram a acreditar que estão caindo em um golpe e, quando descobrem, ficam desesperadas porque suas imagens íntimas estão nas mãos de criminosos”.

No Norte e no Sul no Estado, vários casos também foram registrados do ano passado para cá. A advogada especialista em Processo Civil e Processo Penal Maria Bruinhara Cruz acompanha quatro vítimas da região Sul. Segundo ela, todos homens na faixa etária dos 30 aos 35 anos.

“Os valores perdidos pelos meus clientes são entre R$ 5 mil e 15 mil”, observou.

Quadrilhas de fora do Estado

À frente das investigações, o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, delegado Brenno Andrade, verificou que as quadrilhas que agem no Estado têm, em sua maioria, integrantes do Sul do País.

A maior parte dos casos têm como autores criminosos com telefones com código de área do Rio Grande do Sul ( 52, 53, 54 e 55).

O delegado contou que, no Estado, os casos começaram a ser denunciados em 2019, mas vêm fazendo cada vez mais vítimas.

“Fique atento. Se você sofreu uma extorsão com um DDD dessa origem, de alguém se passando por um policial civil ou pelo pai de uma criança ou adolescente, não transfira dinheiro. Procure a polícia e denuncie”, alertou Brenno Andrade

Mas ele orientou que uma forma de evitar cair em golpes é não conversar com pessoas desconhecidas pela internet. 

“Além disso, se você não conhece a pessoa, jamais envie fotos e vídeos íntimos. Os criminosos se aproveitam da ingenuidade das pessoas para aplicar golpes”.

Esses criminosos não agem só no Estado. Em fevereiro deste ano, por exemplo, uma operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu 17 pessoas que, segundo investigações, aplicam o chamado golpe das novinhas ou golpe dos nudes.

A investigação foi realizada pela Delegacia de Esteio, que já deflagrou outras ações contra esse tipo de extorsão.

Após cinco meses de investigação, foram identificados 19 suspeitos. O grupo teria aplicado o golpe em pessoas que vivem inclusive fora do País, como o Japão, conforme a Polícia Civil.


ENTENDA


Golpe da novinha

1 - Pedido de amizade

  • Utilizando perfis falsos, se passando por mulheres jovens e atraentes, golpistas solicitam a amizade a vítimas.
  • Geralmente os alvos das supostas mulheres são homens após os 30 anos. Alguns até mesmo comprometidos.

2 - Início das conversas

  • Após o pedido de “amizade” na rede social ser aceito pelas vítimas, as supostas mulheres começam a puxar papo, dizendo que se interessaram pelo perfil do homem. 
  • É iniciada uma conversa e o golpista geralmente pede o número do telefone celular da vítima para continuar as conversas pelo WhatsApp.

3 - Mensagens íntimas

  • Em um determinado momento, as conversas evoluem para mensagens mais apimentadas e fotos íntimas (nudes) são pedidas ou trocadas entre os dois.
  • Até este momento, a suposta mulher não diz que é menor de idade. Mas, em alguns casos, dependendo da trama conduzida, após a troca das fotos a “mulher” começa a falar que o pai irá matá-la se descobrir sobre as fotos ou ainda que terá que sair, pois precisa ir para a escola. 

4 - Novo contato

  • Após receber imagens da vítima em situações comprometedoras, um outro golpista encontra em contato, se passando por um delegado, investigador de polícia ou até pelo pai da “menina” falsa. 
  • Eles afirmam que a vítima enviou mensagem e fotos íntimas a uma menor de idade e que a família o denunciou à polícia.

5 - Extorsão

  • Nesse ponto, a quadrilha começa a solicitar valores. Geralmente para custear o “tratamento psicológico” da suposta menina que teria recebido e enviado fotos íntimas para o alvo dos criminosos. 
  • Esses criminosos colocam pressão também afirmando que estão na delegacia e que, para que a pessoa não seja presa, precisam ajudar no tratamento.
  • Em alguns casos, os golpistas simulam um termo de fiança, supostamente da polícia, para que a vítima pague.

6 - Ameaças 

  • Quando a vítima se nega a entregar os valores ou desconfia do golpe, os criminosos começam a  ameaçar a divulgação das imagens íntimas da vítima nas redes sociais.
  • Nessa altura, eles já têm informações de familiares e amigos da vítima e dizem que vão expor o que aconteceu.

Quadrilhas

  • Apesar do contato com as vítimas se dar inicialmente por uma mulher de “boa aparência” por meio das redes sociais, investigações apontam que o golpe é praticado por quadrilhas especializadas e bem articuladas, principalmente do Sul do País.
  • Operações realizadas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul já prenderam  integrantes de quadrilhas, inclusive algumas que atuavam até de  dentro de presídios.

Dificuldades

Perda financeira

  • Entre as dificuldades enfrentadas pelas vítimas destes golpes está em recuperar os valores depositados a golpistas. 
  • Assim que as transferências por meio de PIX são realizadas para as contas, criminosos já transferem para outras contas ou sacam rapidamente.
  • As contas também são geralmente em nome de laranjas.

Vergonha

  • Outra dificuldade é que, por causa da vergonha e medo das vítimas, nem todas têm coragem de denunciar os casos. 
  • Muitas até são pessoas conhecidas na comunidade em que vivem, por isso têm medo de serem expostas.  
  • Para algumas, o dano psicológico sofrido é ainda maior que o dano material

Fonte: Especialistas e Polícia Civil.

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