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Cidades

“Golpe da novinha”: Até fiança falsa para vítima não ser presa

Falsa fiança era enviada a homens que acreditavam ter trocado fotos sensuais com supostas adolescentes


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Como parte de uma trama para conseguir extorquir o dinheiro das vítimas, criminosos chegam a simular termos falsos de fiança.

Durante a aplicação do chamado “golpe das novinhas”, a falsa fiança era enviada por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp a homens que acreditavam ter trocado fotos sensuais com as supostas adolescentes. 

Imagem ilustrativa da imagem “Golpe da novinha”: Até fiança falsa para vítima não ser presa
|  Foto: Divulgação

A advogada especialista em Processo Civil e Processo Penal Maria Bruinhara Cruz contou que, entre os casos que acompanha, esse termo falso foi enviado a uma das vítimas, no valor de R$ 5 mil.

Segundo ela, o criminoso, que se passava por policial, disse que a vítima precisava pagar o valor para a prisão não ser efetivada.

Na imagem enviada, a falsa fiança ainda aparece na frente do símbolo da Polícia Civil de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No texto, há o nome de uma suposta juíza criminal que teria determinado o “encerramento do caso” mediante o pagamento do valor.

Afirma, ainda, que a quantia será convertida em “multa indenizatória para os familiares da vítima constrangida”.

“Neste caso, a vítima, quando recebeu esse termo falso de fiança, logo desconfiou e me procurou antes de efetuar o pagamento”, relatou a advogada.

Em outros casos, após a troca de fotos íntimas, a vítima recebe mensagem de um suposto policial dizendo ser investigador ou delegado, e diz que o pai da moça procurou a delegacia pedindo sua prisão, segundo Maria Bruinhara. “Afirma que, para evitar a prisão, ele precisa de ajuda financeira para pagar o tratamento, pois a moça ficou desorientada com a situação”.

Esses, de acordo com a advogada, são procedimentos que não existem na polícia. Por isso, é preciso desconfiar. “Fica claro que eles agem em várias pessoas. Têm situações que eles encenam e fazem até vídeos fingindo estar na delegacia”.

Segundo Maria Bruinhara, quando as vítimas se recusam a pagar, elas começam a ser ameaçadas. “Eles ameaçam expor as fotos para parentes e familiares, pois têm acesso às informações das redes sociais e  trocadas nas mensagens”.   

A advogada ainda destacou que alguns casos foram ajuizados na Justiça. “As ações são na tentativa de solicitar diligências junto à autoridade policial, para tentar reaver os valores. Hoje, é quase impossível conseguir os valores de volta  com a tecnologia de Pix. Assim que são transferidos, eles já saem das contas”.

 “Conversas foram ficando mais apimentadas”

Foi com uma mensagem na sua página da rede social que um funcionário público, de 35 anos, foi atraído para a trama criada por golpistas para conseguir dinheiro.

Ele revelou que uma suposta menina começou as conversas com ele no Facebook. 

“Ela se dizia interessada em mim e solicitou amizade. Começamos a conversar e parecia ser uma pessoa boa. Logo, trocamos o número de celular”.

O servidor relatou que, com o tempo, as conversas foram se intensificando. “Foram ficando mais apimentadas, até que ela me pediu nudes e acabei mandando. Pedi dela também, mas não me  mandou”.

Segundo o servidor, as conversas aconteceram por cerca de uma semana mais ou menos. “Não parecia que era menor de idade. Ela conversava como uma mulher adulta. O perfil dela, na rede social, também não demonstrava que era de uma menor.”

Ele contou, no entanto, que logo depois uma pessoa entrou em contato por um outro número de telefone e se dizia policial. 

“Disse que a menina, para a qual mandei minha foto, era menor de idade e que eu ia responder e até ser preso. Entrei em desespero e não sabia o que fazer, pois nunca tive problema com Justiça e nunca me envolvi com essa situação”. 

Envolvido em toda situação, ele depositou aos golpistas R$ 1.500. “Na hora do desespero, fui atrás de dinheiro emprestado para fazer o depósito. Essa pessoa dizia que, se eu depositasse o valor ele, retiraria a queixa e não faria mais nada pra mim”.

Hoje, o servidor conta que tem redobrado a atenção nas redes sociais e até orientado as pessoas a prestarem mais atenção. “Os golpistas conversam passando confiança”, diz.

“Paguei R$ 14 mil”, diz autônomo

Entre as vítimas do chamado golpe das novinhas está um autônomo, de 34 anos. Ele chegou a perder R$ 14 mil e só parou de depositar, segundo ele, por não ter mais dinheiro. Foi então que desconfiou que se tratava de um golpe e buscou a ajuda de uma advogada.   

Ele contou que o contato com os golpistas começou por meio de uma solicitação de amizade na rede social Instagram, de uma suposta mulher bonita. . 

“As conversas demoraram, aproximadamente, uma semana. Ela só foi dizer que era menor de idade depois das fotos que enviei pra ela”, revelou o autônomo.

Segundo ele, os golpistas começaram, então, a agir e pedirem dinheiro. 

O autônomo só começou a descofiar que tudo se tratava de um golpe porque eles continuavam a pedir valores ainda maiores, após os primeiros pagamentos. 

“Depois de ter dado o dinheiro que eles queriam, eles passaram a pedir mais. Depositei R$ 14 mil, mas chegou uma hora que eu não tinha mais dinheiro. Foi aí que procurei minha advogada”.

O autônomo revelou que depois de toda situação vivida, muita coisa mudou em sua vida, principalmente na forma de se relacionar com pessoas na internet. 

“Aprendi, principalmente, que não devemos mandar foto pra ninguém e nem responder mensagem de pessoas que não conhecemos, nem aceitar pessoas que a gente não conhece em redes sociais”, relatou.

Em nota, a Caixa informou que o cliente compareceu a uma unidade do banco e realizou a contestação de saque nesta terça-feira (26). Em respeito à lei do sigilo bancário, o resultado será comunicado diretamente ao cliente.  

A Caixa esclareceu ainda que todas as contestações de movimentações em contas são analisadas com base em critérios técnicos de segurança. Os resultados dos processos de contestação são sigilosos e repassados exclusivamente aos beneficiários e à Polícia Federal para análise e investigação.

Diante disso, qualquer cliente que não reconheça alguma transação em sua conta pode realizar a contestação em agência do banco de sua escolha, portando CPF e documento de identificação. As contestações são analisadas por equipe especializada e, para os casos considerados procedentes, o valor é ressarcido.

O banco disponibiliza orientações de segurança em seu portal da internet http://www.caixa.gov.br/seguranca.


COMO SE PROTEGER


Imagem ilustrativa da imagem “Golpe da novinha”: Até fiança falsa para vítima não ser presa
Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos |  Foto: Arquivo/AT

Solicitações de amizade

  • Desconfie de solicitações de amizade nas redes sociais de pessoas que você não conhece, especialmente as que tenham data de criação muito recentes.
  • Investigue as interações daquela pessoa com outros amigos virtuais. Verifique se há fotos nas redes sociais com outras pessoas para ajudar a validar se um perfil é verdadeiro ou não.

Números desconhecidos

  • Não converse por telefone com pessoas que utilizam prefixos e números desconhecidos.
  • Tem sido frequente ligações de criminosos que estão investindo no golpe das novinhas ou golpe dos nudes com código de área do Rio Grande do Sul (52, 53, 54 e 55). Fique atento!

Fotos sensuais

  • Jamais compartilhe fotos íntimas pela internet, sobretudo com pessoas que você não conheça.
  • Até mesmo se a pessoa for conhecida, evite fazer fotos sensuais mostrando o rosto e características, como tatuagens, para evitar dor de cabeça posterior caso o relacionamento não dê certo.
  • Lembre-se que depois que a foto ou vídeo foi compartilhado, a imagem poderá circular entre milhares de pessoas, até de fora do País, e ser usada como forma de extorsão.

Foi vítima?

  • Caso tenha sido vítima, procure a Polícia Civil e registre uma ocorrência na delegacia mais próxima ou na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, localizada na avenida Marechal Campos, 1236, bairro Bonfim, em Vitória, ou registre uma ocorrência de forma online pelo endereço: https://delegaciaonline.sesp.es.gov.

Fonte: Polícia Civil.

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