Falta de sexo faz mal à saúde? Especialistas respondem!
Pessoas insatisfeitas com a falta de sexo podem ter danos psicológicos, como baixa autoestima e depressão
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“Não faço sexo há séculos”. A declaração do bilionário Elon Musk, ao desmentir um boato de envolvimento com a empresária Nicole Shanahan, ex-esposa do cofundador do Google, Sergey Brin, causou alvoroço nas redes sociais. Mas, afinal, a falta de sexo faz mal para a saúde?
Pessoas insatisfeitas com a falta de sexo podem ter danos psicológicos profundos, como baixa autoestima e até depressão, explica o médico urologista e especialista em disfunções sexuais masculinas Camilo Milanez.
“Uma pessoa que está insatisfeita pode ter uma saúde mental debilitada, como baixa autoestima, prejuízos no autoconhecimento, na confiança e, até mesmo, depressão”, observa.
Se uma pessoa opta pela abstinência sexual e não sofre com a escolha, contudo, não há consequências emocionais ou físicas.
A ginecologista e sexóloga Lorena Baldotto reforça que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma vida sexual satisfatória e em equilíbrio com o lazer, o trabalho e outros aspectos da vida faz parte da boa saúde.
“A satisfação com o sexo não significa ser uma pessoa ‘transante’. Tudo em excesso faz mal. O problema é quando a falta do sexo causa dor à pessoa ou ao cônjuge. A masturbação também é uma via saudável e faz bem para o corpo, mas o excesso é prejudicial”.
Se a falta de sexo, para uma pessoa insatisfeita com a vida sexual, pode causar até depressão, praticar o sexo pode ter efeitos positivos no sistema imunológico, aponta a sexóloga Flaviane Brandemberg.
“Não há um parâmetro para avaliar o que é uma boa vida sexual. O caminho é entender o próprio corpo e onde estão os estímulos de prazer. Praticar sexo melhora o sistema imunológico, pois libera substâncias químicas do bem-estar, da felicidade e da satisfação, além de melhorar o sistema cardiovascular e a saúde do coração, em geral”, explica.
SAIBA MAIS
Efeitos
- A falta de sexo faz mal à saúde apenas se não for uma opção e causar algum tipo de insatisfação e sofrimento. Nesses casos, a pessoa pode ter danos psicológicos profundos, como baixa autoestima, falta de confiança em si mesma, prejuízos no autoconhecimento e, em casos mais graves, até ansiedade e depressão.
- Por outro lado, se a abstinência sexual for uma escolha que não causa sofrimento, não há danos físicos e psicológicos.
- O prazer na estimulação própria é uma forma saudável de satisfação sexual, inclusive, indicada para o autoconhecimento sobre o próprio corpo e os pontos de prazer. A indicação, contudo, é feita com moderação: o excesso de masturbação pode causar até disfunção erétil e prejudicar a relação a dois.
- A Organização Mundial da Saúde inclui a vida sexual satisfatória e em equilíbrio com o lazer, o trabalho e outros aspectos, como parte de uma vida saudável.
- Não existe um parâmetro de avaliação sobre o tempo máximo de intervalo até a falta de sexo prejudicar a saúde física e mental. A resposta depende de hábitos sexuais de cada pessoa.
- O sofrimento pela falta de sexo pode acontecer em qualquer momento da vida. Tudo depende das expectativas de vida criadas pela pessoa. Em jovens que estão se descobrindo sexualmente, o sofrimento tende a ser maior. Em uma pessoa mais velha, com, por exemplo, 50 anos, que já conhece o sexo e realizou outras realizações em áreas da vida, a tendência é menor.
Estudos
- De acordo com um estudo do Instituto Kinsey para Pesquisas em Sexo, Gênero e Reprodução, nos Estados Unidos, há variação na frequência sexual ideal para cada pessoa, a depender de fatores como o estilo de vida, a saúde e a libido. Com o passar dos anos, essa frequência tende a diminuir tanto para homens quanto para mulheres.
- Homens na faixa dos 50 anos de idade, com frequência sexual de ao menos duas vezes por semana, correm um risco 45% menor de problemas cardíacos.
Fonte: Especialistas consultados, Instituto de Pesquisa New England e Instituto Kinsey para Pesquisas em Sexo, Gênero e Reprodução.
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