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Cidades

Estudo mostra que Rio Doce e litoral estão contaminados por metais

Pesquisa da Ufes, realizada na foz do rio, revelou que a água segue com a presença de metais que levam risco à saúde humana


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A lama com rejeito de minério que se alastrou pelo Rio Doce e atingiu o litoral capixaba há seis anos ainda causa impacto negativo no  meio ambiente e na vida dos pescadores.  

Atracados e abandonados desde então, os barcos que não saem mais para a pesca diária são reflexos de um problema ainda presente: a água continua contaminada.

Um estudo realizado na foz do rio mostra que a água segue com a presença de metais que levam risco à saúde humana.

“Ao saírem da barragem, os rejeitos não tinham muitos metais contaminantes, mas no trajeto até o Estado eles atuaram como uma ‘esponja’ e carregaram uma quantidade enorme de metais contaminantes para a foz do Rio Doce”, explicou pesquisador e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes),  Ângelo Bernardino, coordenador da Rede de Solos e Bentos Rio Doce, responsável pelo estudo.

Segundo o pesquisador, as análises confirmaram que foram os rejeitos que levaram os contaminantes para a foz do rio. 

“Eles se depositaram no leito e permanecem por lá até hoje. Os contaminantes não são inertes, eles sofrem mudanças geoquímicas. Houve um aumento muito grande na presença de metais, com concentrações ainda acima do que era antes do acidente. O fundo do rio continua contaminado e a qualidade da água não é a mesma”, ressaltou o pesquisador.

O mesmo estudo já havia concluído que algumas espécies de peixes coletados na região apresentavam um elevado teor de manganês.

Tragédia

A maior tragédia ambiental do País aconteceu no dia 5 de novembro de 2015, quando foi rompida, em Mariana, Minas Gerais, uma barragem da Samarco – empresa controlada pelas mineradoras Vale e a BHP Billiton. O rompimento despejou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, matando 19 pessoas em Mariana e atingindo o Rio Doce e o litoral.

No dia 22 de novembro, a lama chegou ao distrito de Regência, no litoral de Linhares, alcançando o mar. Desde então, pescadores sofrem com o impacto, sendo que a maioria abandonou a pesca por conta do medo do consumo de peixe contaminado.


Barco sem previsão de voltar ao mar


Imagem ilustrativa da imagem Estudo mostra que Rio Doce e litoral estão contaminados por metais
Pesca suspensa |  Foto: Hyago Souza

Foram 45 anos de pesca.  Mas hoje, seis anos após o rejeito de minério atingir o Rio Doce, o barco do pescador Leone Carlos está atracado e sem previsão de voltar ao rio e ao mar.

“Eu não tenho outra profissão a não ser a pesca. Foi pescando que eu criei   nove filhos. Minha maior tristeza hoje é ver os barcos abandonados e não poder pescar”, relatou.

Alguns pescadores  recebem  auxílio financeiro, mas as famílias alegam que o valor é insuficiente. 

“Minha renda antes era de R$ 5 mil por mês com a pesca, hoje recebo R$ 1.200 no auxílio. É uma situação complicada e que não mudou nada em seis anos. Não podemos pescar e nem vender porque o peixe está contaminado”, lamentou o pescador.


Rejeito não é tóxico, diz fundação

Criada por força de lei pela Vale e BHP Billiton para reparar o impacto ambiental e financeiro causado pela tragédia, a Fundação Renova informou que está negociando com a Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest), da Ufes, para dar sequência ao monitoramento do Rio Doce e do mar. 

A Fest já divulgou um relatório mostrando que espécies de peixes começaram a apresentar indicativos de contaminação por metais.

“Em paralelo, diante dos resultados obtidos, que indicam que o rejeito não é tóxico,  segundo critérios da norma brasileira de classificação de resíduos sólidos, avançamos na reparação com a elaboração e execução dos Planos de Ação para Conservação da Biodiversidade Terrestre e Aquática”, informou a fundação, em nota.

As diretrizes para a execução do monitoramento estão sendo discutidas na 12ª Vara Federal Cível e Agrária, em Minas Gerais.

“O início da implantação das ações propostas ocorrerá nos próximos meses”, ressaltou a Renova.

Imagem ilustrativa da imagem Estudo mostra que Rio Doce e litoral estão contaminados por metais
Rio Doce: monitoramento |  Foto: Hyago Souza

Saiba mais


A tragédia

- No dia 5 de novembro de 2015, uma barragem de rejeito de minério se rompeu na cidade de Mariana, em Minas Gerais, matando 19 pessoas na cidade e atingindo o Rio Doce com a lama de rejeitos.

- A barragem era  administrada pela Samarco – empresa controlada pelas mineradoras Vale e a BHP Billiton. 

- O rompimento despejou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério no Rio Doce, que foi atingido no mesmo dia.

- No dia 22 de novembro de 2015, a lama chegou ao distrito de Regência, no litoral de Linhares, no Espírito Santo, alcançando o mar.

- A tragédia é considerada o maior desastre ambiental da história do País por conta do impacto no meio ambiente.

Contaminação

-  A contaminação de peixes por metais pesados no estuário do Rio Doce foi confirmada ainda em 2017.

- O estudo feito pela Rede Solos Bentos Rio Doce mostrou que, atualmente, ainda há grande concentração de metais nos rejeitos presentes no rio.

Fonte: Pesquisa AT e Rede Solos Bentos Rio Doce.

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