De maçã-de-elefante a jaqueira nas ruas
Basta andar pelas ruas da Grande Vitória para perceber a variedade de espécies. Mas em alguns casos, moradores reclamam
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A arborização das grandes cidades é importante tanto para o paisagismo quanto para o meio ambiente, estando diretamente ligada à qualidade de vida.
Por outro lado, árvores consideradas exóticas e invasoras trazem transtornos e prejuízos em alguns bairros, principalmente pela falta de controle no plantio e na manutenção.
E basta andar pelas ruas da Grande Vitória para perceber a variedade de espécies. Nem todo mundo conhece pelo nome, mas elas são diversas: tem maçã-de-elefante, oiti, jaqueira, senna siamea, leucenas, pata-de-vaca, ficus, abricó-de-macaco, uva-do-japão e aroeira.
Muitas não são originárias do Brasil, vindas da África, América Central, Ásia e Europa. Em Jardim da Penha, na capital, a rua José Neves Cipreste é endereço de um exemplar de maçã-de-elefante, árvore de origem asiática conhecida por seus frutos grandes e pesados. É justamente esse o motivo do transtorno para os moradores, segundo o aposentado Rafael Barbosa, 77 anos.

“Eu solicito a retirada da árvore desde 2009, pois ela causa transtornos por conta do peso dos frutos. Muitos já tiveram o carro amassado e o vidro quebrado. Imagina se cair na cabeça de alguém?”, questiona o aposentado.
Neste caso, segundo a prefeitura, a árvore não é considerada invasora. “Em toda época de frutificação, retiramos os frutos”, explicou o coordenador de Arborização e Paisagismo de Vitória, Ronaldo Simões.
Em Vitória, o plantio de árvores por moradores em locais públicos, como calçadas, é proibido desde 2014. Eles podem fazer a solicitação, que é avaliada pela equipe técnica da prefeitura.
“Existem diretrizes levando em conta o tamanho de cada calçada e exemplares adequados para cada local”, ressaltou Ronaldo.
A bióloga Rosa Casati Ramaldes explica que nem toda árvore exótica é invasora. “Elas chegaram com a colonização, muitas vindo como presentes, trazidas de fora, ou junto com as embarcações. Hoje, muitas são plantadas para reflorestar algumas áreas, mas foram se espalhando, pois possuem uma germinação muito grande”.
REGRAS E ESPÉCIES
Vitória
- Por lei, moradores não podem fazer o plantio de nenhuma árvore em locais públicos, como calçadas e ruas.
- A solicitação precisa ser feita para a prefeitura, que faz avaliação técnica.
- Árvores frutíferas não podem ser plantadas em locais públicos, com exceção de parques.
- O plantio e o exemplar da árvore levam em conta o tamanho das calçadas e os elementos ao redor.
- Denúncias de plantio irregular, pedidos de plantio ou de retirada podem ser feitos pelo telefone 156.
Locais e espécies
- Calçadas a partir de 1,3m a 2m: espécies de pequeno porte.
- Exemplos: ipê branco, flor de rainha e carobinha.
- Calçadas de 2m a 2,30m: espécies de médio porte.
- Exemplos: ipê amarelo, pata de vaca e aroeira.
- Calçadas com largura superior a 3m e sem conflitos ao redor: árvores de grande porte.
-Exemplos: ipê rosa, oiti e pau-ferro.
Serra
O morador só pode fazer o plantio com autorização da prefeitura, que encaminha uma cartilha orientativa.
Essa cartilha está em fase de revisão no Plano de Arborização Urbana.
Cariacica
O plantio por moradores em locais públicos deve ser autorizado pela prefeitura, por meio de solicitação.
O morador também pode solicitar que determinada espécie seja considerada imune ao corte por motivo de localização, raridade, beleza ou a sua condição especial.
Espécies
espécies proibidas: Ficus e oiti.
Espécies que devem ser controladas ou substituídas por outras mais adequadas: acácia, eucalipto, figueira chilena, ficus, uva-do-japão, alfeneiro, cinamomo, bananeira e pinus.
Vila Velha
O município possui uma lista com as 150 espécies que são liberadas para plantio. Elas variam por porte (altura, diâmetro do caule e tipo de copa).
Espécies
Exemplos: pata-de-vaca e resedá (porte pequeno); ipê amarelo e árvore da China (médio); jacarandá da Bahia e Jatobá (grande).
Fonte: prefeituras citadas.
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