Capixabas aprovados em faculdade do Exército
Estudantes capixabas passaram na prova do Instituto Militar de Engenharia (IME), um dos vestibulares mais difíceis do Brasil
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Depois de abrir mão de muitas coisas para se dedicar aos estudos, capixabas se deram bem na prova do Instituto Militar de Engenharia (IME), instituição pública ligada ao Exército Brasileiro que oferta cursos superiores na área de Engenharia.
O IME é a terceira escola de engenharia mais antiga do mundo e a primeira das Américas. A disputa por uma vaga na instituição é sempre muito acirrada e, por isso, exige dedicação nos estudos.

Aprovado dois anos seguidos, 2021 e 2022, Pedro Magalhães, 21 anos, é um dos capixabas que passaram na prova do Instituto Militar de Engenharia (IME).
“Sem dúvida, o IME tem a prova mais difícil do País, ainda mais que as pessoas imaginam. Por isso, a aprovação é resultado de muito esforço, mas vale a pena. Foi minha terceira tentativa e segunda aprovação”, comemorou.
Apesar da conquista, ele deseja alcançar outro objetivo: ser aprovado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
“A última prova foi no dia 9 de novembro. Agora é só esperar o resultado”.
Pedro diz que pretende seguir carreira militar pela estabilidade e na hora de estudar, abriu mão de muita coisa.
“Tive que abdicar de 100% das baladas, sem beber. Fim de semana tinha que dormir cedo para estudar no dia seguinte e fazer simulado”.
Daniel Rojas, diretor geral do Centro de Ensino Madan e professor de Matemática, salienta que oito alunos capixabas da instituição foram aprovados nesse vestibular. Todos do sexo masculino.
Na faculdade, a duração do curso é de cinco anos de formação.
Ele conta que, além do vestibular ser bem difícil, lá dentro não é diferente. “O grau de exigência também é muito alto, de conteúdo e provas. Só formam a nata dos engenheiros”.
Depois de formados, como ele observa, os salários são atrativos, superiores a R$ 9 mil para iniciantes na carreira militar.
E para aqueles que não desejam seguir carreira militar, o mercado de trabalho oferece muitas portas, já que esses profissionais são muito disputados por grandes empresas.
“Muitos optam pela carreira militar pela estabilidade e outros benefícios, mas aqueles que preferem ir para o mercado de trabalho podem receber até salários muito acima da média de outros alunos de engenharia”, finalizou o diretor geral do Centro de Ensino Madan.
“Venho me preparando há dois anos”

Gabriel Juliatti Costalonga, 19 anos, confessa: “Foi uma prova difícil, sem dúvida, mas nada que já não estivesse dentro das minhas expectativas. Venho me preparando há dois anos. É gratificante ver seu nome na lista de aprovados”.
Ele conta que abriu mão dos jogos de computador, de dormir à vontade, além de diminuir as saídas com amigos. “Estudava, em média, 11 horas por dia. Valeu a pena. Desejo seguir a carreira militar, devido aos grandes benefícios, como estabilidade, plano de aposentadoria integral, plano de saúde, entre outros”.
depoimento

“Desafiar limites”
“Fiquei muito feliz com minha aprovação no Instituto Militar de Engenharia (IME). Foi minha terceira vez tentando. Mesmo não querendo seguir a carreira militar, a aprovação significa muito. Pretendo seguir carreira civil, procurando estágios e trabalhar em uma empresa no ramo da engenharia. O nível de dificuldade da prova me fez desafiar meus limites e sempre buscar mais, seguir com uma rotina rígida de estudos para alcançar meus objetivos. "
João Victor F. da Cruz, 21 anos
Filho de diarista passa em seleção com mais de 90 por vaga

Orgulho! Essa é a palavra que a diarista Euciane de Oliveira Gonçalves, 32 anos, usou para falar da aprovação do filho Wallace de Oliveira Pereira, de 17 anos.
Ele é aluno do Instituto Pontes (IP) e foi aprovado na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), disputando uma das 320 vagas com 29 mil inscritos.
Quem também não esconde a felicidade é o estudante. “Passar na EsPCEx era um sonho. Contudo, foi com o início da pandemia, e o ensino remoto, que comecei a buscar mais e entender o que seria necessário para prestar o concurso”.
No ensino médio, ele diz que estudou com foco total para a prova. “No terceiro ano, recebi bolsa de estudos em Vitória e saí de minha cidade natal, Conceição do Castelo”.
Do ano passado para cá muita coisa mudou, inclusive os seus objetivos de carreira, que agora se distanciam da área militar. Ele deseja seguir carreira comum como engenheiro em empresas privadas.
“Embora eu não pretenda mais ingressar na EsPCEx, tudo que aprendi ao estudar foi muito útil nos demais vestibulares que tentei”, afirmou Wallace .
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