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Cidades

“Atenção aos sinais do coração”, alerta médico

O cardiologista José Airton de Arruda alerta que, atualmente, um terço das mortes no Brasil são por doenças cardiovasculares


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Imagem ilustrativa da imagem “Atenção aos sinais do coração”, alerta médico
Atualmente, um terço das mortes no Brasil são por doenças cardiovasculares, e cada vez mais jovens são acometidos. |  Foto: Divulgação

Quando sentidos em conjunto, suor excessivo, cansaço, dor no peito e no estômago podem ser sinais de algum problema no coração. O alerta é do cardiologista José Airton de Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia da regional do Espírito Santo (SBC/ES). 

Atualmente, um terço das mortes no Brasil são por doenças cardiovasculares, e cada vez mais jovens são acometidos. 

“Morrem em torno de 1,2 milhão por ano no Brasil. Dessas, 400 mil pessoas foram porque tiveram infarto ou AVC. É um problema grave”, destacou o médico. 

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José Airton de Arruda: “Cada vez mais vemos falar de pessoas entre 40 e 50 anos que infartaram” Os cuidados com a saúde do coração e a prevenção a taques cardiacos, parte da campanha "Sinais do Coração" Na foto Dr. José Airton de Arruda, cardiologista e presidente da sociedade de cardiologia do Espírito Santo Foto: Leone Iglesias |  Foto: Leone Iglesias/AT

Como alerta às doenças cardiovasculares, uma campanha nacional iluminou durante todo o mês de abril pontos turísticos de cidades brasileiras de vermelho.  

O movimento, chamado de “Sinais do Coração”, foi realizado pelo laboratório Servier do Brasil, com apoio da SBC. No Espírito Santo, o local escolhido foi o Convento da Penha, que foi iluminado de vermelho na sexta-feira e ontem.

A Tribuna:  Quais os sinais que podem indicar problema no coração?
José Airton de Arruda:  Normalmente, a dor no peito ao fazer esforço, chamada de angina, é o clássico. Mas existem sinais de que ela está mais grave. Isso ocorre quando, além da dor no peito, vem cansaço, falta de ar, sudorese, sensação de que vai desmaiar e, às vezes, o estômago fica embrulhado. Quando vêm esses sintomas juntos, é um sinal de maior gravidade. Esse sinal indica que ele deve ir urgente para o hospital. Caso a pessoa sinta somente a dor no peito  em si, pode ligar para o médico, que vai agendar uma consulta. Mas se tiver todos os sintomas citados juntos, deve-se já ir para a emergência. 

A Tribuna: Quais as principais causas das doenças cardiovasculares?
José Airton de Arruda: Alimentação irregular, sedentarismo, estresse, competitividade excessiva que vemos no mundo de hoje –   tudo isso facilita o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.  Outra situação que preocupa é que muitos jovens estão voltando ao tabagismo; no passado, víamos que muitos deixavam de fumar. Isso é muito prejudicial ao coração. Tabagismo,  hipertensão, obesidade e diabetes são o que chamamos de fatores de risco.

A Tribuna:  O que é a angina e como ela acontece no organismo?
José Airton de Arruda: A angina (dor no peito) é um sintoma de que o coração está recebendo menos sangue do que deveria. É um alerta que o coração está recebendo pouco sangue e que deve procurar ajuda com máxima brevidade. Se não tratada adequadamente, pode gerar infarto. 

Ela é causada da seguinte forma: ao longo do tempo, começam a se depositar gorduras e lipídeos na parede do vaso; isso vai formando uma placa que vai obstruindo, entupindo o vaso. Quando o vaso chega em uma obstrução de 50% a 70%, eles se estreitam.

A angina  é a dor é provocada pela diminuição da irrigação do coração devido ao estreitamento. É  uma sinalização de que tem algo errado, não é a doença em si; a doença  é o que chamamos de aterosclerose.

 A angina, quando não identificada e não tratada, pode chegar ao extremo, que é o vaso fechar. Se o vaso fecha, deixa de ter sangue e o paciente, mesmo em repouso, sem dor,  pode ter um infarto, que é uma situação crítica, de risco iminente de morte. 

A Tribuna: Quando começa a prevenção das doenças do coração?
José Airton de Arruda: Na juventude, na adolescência, na época de crianças; quando os pais educam os filhos a comerem bem, a praticarem atividade física e os mantêm longe do tabagismo. Isso começa a dar longevidade e irá os proteger no futuro. Quanto mais cedo começar a prevenção, mais eficaz vai ser. 

  Hoje, vejo muitos pais com preocupação de colocar os filhos para fazer atividade física. Por outro lado, desenvolvimento tecnológico, celular e games levam mais sedentarismo. A busca desse equilíbrio desde a infância é extremamente importante.

Para o adulto, é muito importante que mantenha uma prática de atividade física regular. 

A Tribuna:  Por que a atividade física é importante para prevenção?
José Airton de Arruda: Quando fazemos atividade física, o nosso organismo libera substâncias que protegem os vasos contra o ataque das gorduras, contra a formação de placas. 

Quem faz atividade física diminui o risco de obesidade, e isso em geral vem associado a hábitos saudáveis. É um conjunto.

A Tribuna:  Como é o tratamento de doenças cardiovasculares?
José Airton de Arruda:  O primeiro ato que se faz é a melhoria de hábitos e dieta, com alimentação saudável. 

O segundo estepe é o controle do fator de risco. Assim, se o paciente é hipertenso, precisa ser tratado, tem que ter um colesterol muito bem dentro dos níveis que sejam seguros para prevenir doenças cardiovasculares. De maneira geral, começa esse tripé de tratamento medicamentoso, que hoje, junto com a mudança de hábitos, é o mais importante.

Quando isso falha, entram as medidas de intervenção, como as cirurgias, as angioplastias existentes. Mas, quando o paciente chegou nesse nível, significa que várias etapas falharam ou que não tiveram a eficácia que gostaríamos – por ter sido instituída, talvez, muito tarde. Quem se cuida desde cedo, vai ao cardiologista, é bem acompanhado e medicado, mesmo que tenha a doença,  fica bem distante dos procedimentos mais invasivos, esses são deixados para os estágios mais graves da doença.

A Tribuna:  Qual o objetivo com a campanha “Sinais do Coração”?
José Airton de Arruda: É uma campanha nacional de alerta sobre as doenças cardiovasculares, em especial, à obstrução coronariana, que chamamos de doença obstrutiva coronariana crônica. Ela trata principalmente da importância da prevenção.

A ideia de iluminar o Convento da Penha de vermelho é para que fosse como  um semáforo – um semáforo vermelho que está ligado, porque está morrendo muita gente de doença cardíaca. É o sinal vermelho de que você precisa olhar para o seu coração e protegê-lo, seja por prevenção, seja por tratamento, se estiver doente. 

 O semáforo da alimentação é um dos alertas. O outro é do sedentarismo,  e queremos estimular a prática de atividade física regular. O outro tripé é que quando houver sinais de angina (dor no peito aos esforços), deve-se procurar um médico. Mas, muitos pacientes  relevam esse sintoma, tomam um chá, pensam que é algo do estômago e não procuram o profissional.

A campanha não é para amedrontar as pessoas, mas para alertar. Morre muita gente no Brasil de doenças cardiovasculares.  

A Tribuna:  Pode citar dados de doenças do coração no Brasil?
José Airton de Arruda: No Brasil, há cerca de 14 milhões de pessoas com algum tipo de doença cardiovascular. Por ano, morrem em torno de 380 mil a 400 mil pessoas com infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). 

Morrem em torno de 1,2 milhão de pessoas por ano no País. Assim, um terço dessas mortes anuais no Brasil são por doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. 

É um problema grave e, infelizmente, a população que achava que era imune, por ser mais jovem, está começando a ser acometida. Cada vez mais vemos mais falar de pessoas entre 40 e 50 anos que infartaram e/ou perderam a vida.

QUEM É

José Airton de Arruda é cardiologista intervencionista.
- Especialista em angioplastias, implantes de stents, cateterismos cardíacos, cardiopatias estruturais com foco em Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (TAVI).
- Presidente  da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Espírito Santo.
- Trabalha com  cardiologia há 28 anos. Especializou-se  pela Universidade Federal de Pernambuco.
É também doutor em Cardiologia, com formação  pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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