Quem são os cardeais brasileiros que votaram no conclave
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Entre os 133 cardeais de todo o mundo que participam do conclave que escolherá o novo papa, oito são brasileiros. Sete deles têm menos de 80 anos e podem votar, enquanto um - o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida, em São Paulo - já ultrapassou a idade limite para depositar seu voto, mas ainda pode ser escolhido. Veja a lista abaixo.
O conclave está em seu segundo dia de votação. Os cardeais estão isolados desde quarta-feira, 7, na Capela Sistina, no Vaticano, sem comunicação com o mundo externo. O sinal de telefonia foi cortado.
Não há um consenso de um nome favorito, e parte dos analistas acredita que o resultado pode surpreender, como foi com o argentino Jorge Mario Bergoglio, há 12 anos. Entre os mais cotados, a maioria é de europeus, mas fala-se também de cardeais de outros continentes, como Ásia e África.
Especialistas veem como baixa a probabilidade de outro latino-americano ser escolhido (Francisco era argentino). Logo após a morte de Francisco, o arcebispo de Salvador, dom Sérgio da Rocha, apareceu como um dos cotados, mas perdeu força nas semanas seguintes.
Hoje com 75 anos, é natural de São José do Rio Pardo, em São Paulo. Entrou para a Ordem dos Monges Cistercienses e realizou os estudos de Filosofia no Mosteiro São Bento, em São Paulo, e em São João del-Rei (MG), além de estudos em Teologia. Está no Governo Pastoral da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro desde 2009.
O religioso foi o anfitrião do papa Francisco quando ele visitou o Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013.
No ano seguinte, foi nomeado cardeal pelo papa argentino - este é, portanto, o primeiro conclave do qual participa.
Cardeal Sergio da Rocha – arcebispo da Arquidiocese de Salvador
Hoje com 65 anos, o cardeal nasceu em Dobrada, em São Paulo. É mestre em Teologia Moral e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Trabalhou como diretor espiritual, professor e reitor do Seminário Diocesano de Filosofia de São Carlos e foi professor de Teologia Moral na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas.
Em 2011, foi nomeado Arcebispo Metropolitano de Brasília, onde permaneceu até ser nomeado pelo papa Francisco como Arcebispo de Salvador - diocese mais antiga do País - e Primaz do Brasil, em 2020. Também presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 2015 a 2019.
Ao chegar à Bahia, se envolveu nas obras sociais deixadas por Irmã Dulce, tornando-se presidente de honra da entidade filantrópica que promove o legado da religiosa.
É considerado o brasileiro com mais chances de ser o próximo papa e visto como um progressista moderado, com bom trânsito entre as diferentes alas da Igreja Católica.
Cardeal Paulo Cezar Costa – arcebispo da Arquidiocese de Brasília
Nascido em Forquilhinha (SC), estudou Filosofia e Teologia com os franciscanos em Petrópolis. Obteve o grau de bacharel em Filosofia e Pedagogia na Faculdade Salesiana de Lorena, e a licenciatura e o doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma. Hoje com 74 anos, é, desde 2019, o arcebispo metropolitano de Manaus.
O cardeal tem contato intenso com a Região Amazônica desde 2005, quando foi nomeado bispo pelo então papa João Paulo II para a Prelazia de São Félix, no Mato Grosso. Após a nomeação como arcebispo da Arquidiocese de Manaus pelo papa Francisco, participou da articulação para realizar o Sínodo da Amazônia.
Também preside o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organismo vinculado à CNBB que atua junto aos povos indígenas. Em março deste ano, denunciou a “omissão estatal” nos territórios indígenas frente ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Cardeal Jaime Spengler – arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre
Nascido em Gaspar (SC) e hoje com 64 anos, é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre, cargo a que foi nomeado pelo papa Francisco em 2013.
Cursou Filosofia e Teologia, com doutorado em Filosofia e atuou na Ordem dos Frades Menores em diversas missões e cidades do País até 2010, quando foi nomeado pelo papa Bento XVI como bispo auxiliar.
Franciscano, preside também o Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), e tem preocupação com questões sociais, como o acolhimento dos pobres e dos refugiados.
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