Quem é o cardeal que pode se tornar o 1º papa negro da Igreja
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Se for eleito por seus colegas no conclave que começa nesta quarta-feira, 7, o influente cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson terá a distinção de ser o primeiro papa negro da Igreja Católica. O cardeal ganês de 76 já teria declarado, no entanto, não querer o posto.
“Eu não tenho muita certeza se alguém realmente aspira se tornar um papa”, disse ele, em entrevista à BBC, em 2013, por ocasião da eleição de Francisco.
Perguntado se o próximo papa deveria vir da África já que se trata do continente que mais tem ampliado o número de igrejas e fiéis, Turkson afirmou que a escolha de um pontífice não pode ser baseada em estatísticas porque esse tipo de argumento, segundo ele, tende a “turvar as águas”.
Turkson foi o primeiro ganês a se tornar cardeal, em 2003, ainda sob o papado de João Paulo II. Ele já era considerado um nome de peso para a eleição no conclave que escolheu Bento XVI como o novo pontífice e, mais uma vez, na eleição de Francisco. Na verdade, nas casas de aposta, ele era o franco favorito naquela ocasião.
Um guitarrista que já tocou numa banda de funk, o cardeal Turkson é conhecido por sua presença energética. Como muitos cardeais da África, ele é do campo mais conservador da Igreja. Ainda assim, ele se opôs à criminalização das relações homossexuais em países africanos, incluindo Gana, onde nasceu.
Em uma entrevista à BBC em 2023, quando o parlamento de Gana estava discutindo uma lei recrudescendo as penas para os LBGTQIA+, Turkson afirmou que a homossexualidade não deveria ser tratada como um crime.
Em 2012, em uma conferência de bispos no Vaticano, ele foi acusado de disseminar previsões alarmistas sobre o avanço do islamismo na Europa, pelas quais acabou pedindo desculpas depois.
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Nascido em 1948, Turkson foi nomeado em 2009 presidente do Pontifício Conselho de Paz e Justiça. Ele também integrou a Congregação para a Evangelização dos Povos, a Congregação para a Educação Católica e a Congregação para a Doutrina da Fé, entre muitas outras. Desde 2022, ele é chanceler da Pontifícia Academia de Ciências.
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