Em vez de chorar, caia na realidade, diz Lula sobre Bolsonaro virar réu no STF
Presidente criticou o adversário por pedir anistia sem que exista um processo julgado e afirmou que espera que a Justiça cumpra o seu papel
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O presidente Lula (PT), no final de uma visita de Estado ao Japão, afirmou que "é visível" que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contribuiu para um plano de assassiná-lo e em uma articulação de golpe.
Bolsonaro se tornou réu com outros sete acusados de integrar o núcleo central da trama golpista de 2022 nesta quarta-feira (26). A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) abre caminho para julgar o mérito da denúncia até o fim do ano.
"Se ele tiver culpado, ele tem que se contentar com a punição. Isso vale para todos os 213 milhões de habitantes. Então, ao invés de chorar, cai na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país", disse Lula, ao ser questionado em entrevista coletiva sobre a decisão do Supremo.
O presidente criticou o adversário por pedir anistia sem que exista um processo julgado e afirmou que espera que a Justiça cumpra o seu papel. Para Lula, quem pede anistia antes de julgamento "está dizendo que foi culpado".
"Como não tem como provar que não tentou dar um golpe, faz provocação com a sociedade."
As declarações foram dadas em Tóquio, na manhã desta quinta-feira (27) no Japão, noite de quarta no horário brasileiro. Lula viajará na sequência para o Vietnã.
"É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país. É visível, com todas as provas, que ele tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente [Geraldo Alckmin], para o assassinato do ex-presidente da Justiça Eleitoral brasileira [Alexandre de Moraes]. Não adianta agora ele ficar fazendo bravata dizendo que está sendo perseguido."
Lula disse ainda que não conhece os autos do processo, mas que todos sabem o que aconteceu no país e que espera que o Supremo "vote com coerência". Também afirmou que o STF está agindo após investigação de meses e meses "muito bem feita" pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. "E com muita delação de gente importante que está acusando."
O presidente também fez uma menção a sua prisão na Operação Lava Jato e disse que não teve, na ocasião, direito à presunção de inocência, além de ver barrada sua candidatura na eleição de 2018.
"Só espero que se faça justiça. Não dou palpite", afirmou.
Nesta quarta, Bolsonaro criticou Alexandre de Moraes ao comentar a decisão e retomou a ofensiva contra o sistema eleitoral, iniciada antes mesmo de se eleger presidente da República em 2018.
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