Donos de berçário são presos sob suspeita de torturar crianças no MT
Além da tortura, os proprietários também são acusados de ameaçar e perseguir as crianças
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Os donos de um berçário no centro de Sorriso, em Mato Grosso, foram presos preventivamente nesta sexta-feira (14) sob suspeita de tortura, ameaça e perseguição a crianças. A investigação apontou que pais que os questionavam sobre as agressões eram ameaçados de morte por um dos proprietários.
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A identificação dos donos, um casal, e o nome da empresa não foram revelados. Por isso, a reportagem não conseguiu localizar a defesa deles.
Segundo a Polícia Civil, eles alegaram que as agressões e castigos serviam para "discipliná-las". Porém, quando confrontados pelos pais, eles atribuíam as agressões a outras crianças.
O berçário estava legalizado e cobrava cerca de R$ 948 de mensalidade, segundo a polícia. Pais também deixavam os filhos para passar a noite no estabelecimento.
O inquérito foi aberto há alguns meses depois que a polícia recebeu denúncias de pais que apontavam abusos físicos e emocionais contra as crianças. "Várias mães procuraram a delegacia e temos relatos até das próprias crianças", disse a delegada Jéssica Assis.
As agressões citadas por testemunhas, de acordo com a polícia, incluem tapas nas nádegas e na boca, mordidas, puxões, golpes com raquetes, empurrões e beliscões. "Em um dos relatos, chegou-se a mencionar que a proprietária teria quebrado uma raquete daquelas de matar mosquito na cabeça de uma das crianças", completou a delegada.
Ainda de acordo com os relatos, no local haveria um "cantinho do pensamento", que consistiria em um espaço onde crianças que se comportavam mal seriam trancadas e deixadas sozinhas por até duas horas.
A polícia localizou ex-funcionárias do berçário que testemunharam confirmando os abusos. "Ex-empregadas do local também trouxeram imagens que mostram boca de criança cortada, marcas de tapas nas nádegas das crianças. Tem um acervo probatório bem robusto que sustenta a denúncia", afirmou a delegada.
Segundo a delegada, além dos pedidos de prisão preventiva contra o casal dono da instituição, foi solicitada autorização para realização de depoimento especial com as crianças que já conseguem falar para que elas relatem o que acontecia na creche. Isso vai ser realizado em forma de escuta especializada, com apoio da psicóloga da delegacia.
O Núcleo de Violência Doméstica da Delegacia de Sorriso disse que o casal deve responder pelos crimes de tortura com castigo, tortura por omissão, ameaça e perseguição.
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