Bolsonaro critica Moraes após indiciamento da PF e diz que luta começa na PGR
Afirmação foi feita à coluna de Paulo Cappelli, do site Metrópoles. Posteriormente, o ex-presidente publicou a fala em rede social
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes em sua primeira declaração pública após o indiciamento nesta quinta-feira (21) pela Polícia Federal nas apurações sobre a trama golpista para se manter no poder em 2022.
"O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", disse Bolsonaro.
A afirmação foi feita à coluna de Paulo Cappelli, do site Metrópoles. Posteriormente, o ex-presidente publicou a fala em rede social.
Bolsonaro disse ainda que "tem que ver o que tem nesse indiciamento" e que vai esperar o seu advogado analisar o relatório. "Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", disse.
A menção a "criatividade" é uma referência a diálogo entre assessores de Moraes publicado pela Folha em agosto.
Reportagem naquele mês mostrou que o juiz instrutor Airton Vieira falou para Eduardo Tagliaferro, subordinado de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), usar "a sua criatividade" para elaborar um relatório sobre publicações da revista Oeste, em 2022.
Nesta quinta-feira (21), Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em investigação sobre tentativa de golpe de Estado.
Além do ex-mandatário, foram indiciados o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice em 2022 na chapa derrotada, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem e o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno.
Segundo a PF, o ex-presidente participou da trama golpista para impedir a posse do ex-presidente Lula. Na terça (19), a Polícia Federal prendeu quatro militares e um policial por tramarem a morte do presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes.
Em nota, o advogado Eumar Novacki, que atua na defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça também indiciado nesta quinta pela PF, afirmou que somente irá se posicionar após ter acesso ao relatório de indiciamento.
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