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Economia

Aluguel mais caro força volta à casa de pais e avós


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Saindo em busca de liberdade, independência financeira ou até para constituir uma nova família, jovens deixam suas casas e passam a morar em novo endereço. Só que agora, com o aumento do valor do aluguel, entre outros reajustes, muitos têm feito o caminho inverso e voltado a morar com os pais e avós.

Atuando na área de Direito Imobiliário, o advogado Wanderson Gonçalves Mariano confirma essa realidade. “Em razão da pandemia da covid-19, bem como o aumento do desemprego e também dos custos de vida, jovens têm optado por retornarem ao lar como medida de redução de custos”.

Imagem ilustrativa da imagem Aluguel mais caro força volta à casa de pais e avós
Negociação |  Foto: Arquivo/AT

Ele destaca que um dos custos que mais aumentou durante a pandemia foi o aluguel, pelo fato de seu reajuste ser vinculado ao IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), que “teve considerável alta” nos últimos tempos.

De acordo com o especialista em Direito Imobiliário, Diovano Rosetti, cerca de 2.800 pessoas no Espírito Santo entregaram os imóveis onde viviam para voltar a morar com os pais ou avós. Isso por não conseguirem mais arcar com seus compromissos financeiros.

“São diversos motivos, mas o principal é o financeiro. Muitas pessoas fecharam suas empresas na pandemia e o desemprego aumentou. Alguns trabalhadores ainda tiveram redução salarial e não aguentaram continuar pagando o aluguel. A solução que encontraram foi sair de casa, entregar os imóveis e voltar a morar com os pais”.

Dividindo o apartamento com outras duas colegas em Jardim da Penha, Vitória, a jornalista Andressa Ventura, de 24 anos, depois de quatro anos no Estado, decidiu voltar para sua terra natal: Ipatinga, em Minas Gerais.

Imagem ilustrativa da imagem Aluguel mais caro força volta à casa de pais e avós
Andressa Ventura voltou a morar em Minas com o pai, Adalberto (destaque), após 4 anos no Espírito Santo |  Foto: Acervo pessoal

Andressa está morando com o pai, o escritor Adalberto Ventura Lima, de 50 anos, mas planeja voltar para Vitória um dia. “Pagava R$ 730 de aluguel e após a correção, em janeiro, o valor chegou a quase R$ 800. Ficou inviável”.

Quem também se prepara para mudar de endereço em 2022 é o publicitário Jefferson Alves Gomes, de 25 anos. Ele, que mora em Colatina, vai mudar para Belo Horizonte (MG) e morar com uma prima.

“A questão financeira pesou na hora da decisão. Todo mês é preciso se replanejar, cortar despesas supérfluas para encaixar no orçamento”, explicou o publicitário.

Aposentados pegam empréstimos para ajudar

Sem saber dizer “não”, pais e avós abrem as portas de casa para receber filhos e netos. Só que, ao final do mês, isso tem pesado na conta de quem está oferecendo hospedagem.

Por conta disso, aposentados estão fazendo empréstimos e deixando até de comprar remédios para garantir a moradia e alimentação de filhos, netos e bisnetos.

Quem confirma essa situação é o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados no Espírito Santo, Jânio Araújo.

“Eles reclamam, dizem que estão preocupados, mas não podem fechar as portas, deixar de socorrer os filhos e netos, de dar um teto em um momento que eles perderam o emprego ou tiveram redução de salário”, contou Jânio.

Normalmente, segundo ele, são filhos casados que não conseguem manter o pagamento do aluguel. “Tem casos até de netos casados que pedem para morar com os avós e levam toda a família”.

Com 50 anos, um ex-funcionário de uma mineradora voltou a morar com a mãe viúva, de 75 anos, depois que perdeu o emprego e deixou de ganhar o que ele classificou como “um bom salário” (o valor não foi revelado).

Sem conseguir manter o aluguel – ele morava de frente para o mar em Itapuã, Vila Velha –, no início do ano ele mudou de endereço.

“Não é fácil, depois de ter uma vida estabilizada, ter que retornar para a casa dos pais. Só que não vi outra saída. Penso que será temporário, só que com a minha idade não está fácil conseguir emprego e pagar as contas”, relatou.


SAIBA MAIS


Aluguel mais caro

  • A pandemia da covid-19 mexeu com o bolso da maioria dos brasileiros. Uns perderam o emprego, outros perderam parte de suas rendas.
  • Aliado a isso, o preço dos alimentos disparou no supermercado, bem como a energia elétrica e outros itens básicos de sobrevivência.
  • Com o aluguel residencial e comercial não foi diferente. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é usado nos contratos de aluguel, acumula taxas de inflação de 16,75% no ano e de 31,12% em 12 meses, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Motivos da alta

  • Alta do dólar
  • Aquecimento do mercado de commodities
  • Desajustes pontuais em algumas indústrias, em função da pandemia da covid-19.

Como é composto o IGP-M?

  • O IGP-M é composto por alguns subíndices, como o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo), o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção).
  • no entanto, a maior parte do índice é composta pelo IPA-M, que compõe 60% do IGP-M.
  • Outros 30% estão relacionados ao IPC-M. O INCC-M é responsável por 10% da composição do indicador.

Sem renda para pagar

  • Devido à pandemia, muitas pessoas, incluindo jovens, perderam renda. E, por causa disso, não estão conseguindo manter os seus compromissos com aluguéis.
  • Cerca de 2.800 pessoas entregaram seus imóveis alugados para os donos e voltaram a morar com os pais ou avós. Desta forma, eles conseguem economizar e tentar manter as contas em dia.
  • Há casos, que, inclusive, os jovens voltam para a casa dos pais juntamente com mulher (ou marido) e filhos, por não conseguirem cumprir com suas obrigações com o locador.

Negociação

  • Uma saída para quem não está mais suportando arcar com os constantes reajustes é tentar uma negociação com o dono do imóvel.
  • Especialistas afirmam que é possível ficar livre do reajuste ou ter um aumento mais brando, já que é possível buscar negociação.
  • Para os proprietários não é vantajoso ficar com o imóvel vazio, tendo que arcar com as despesas da unidade, segundo especialistas.
  • O motivo é que, enquanto o inquilino está no imóvel, ele é responsável por pagar taxas de condomínio e IPTU, além de energia e água.
  • Ao sair, a obrigação passa para o proprietário da residência.

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