Venda de áreas da Petrobras no Estado vai criar 2.500 vagas por ano
A decisão da Petrobras de reduzir suas atividades fora do eixo Rio-São Paulo-Sul capixaba pode até parecer negativa para o Norte do Espírito Santo, mas não é. A venda dos ativos vai atrair novos investidores e criar mais empregos na área de petróleo.
Serão abertas cerca de 2.500 vagas, entre diretas e indiretas, todos os anos, nas empresas que arrematarem os ativos da estatal, que já iniciou as negociações para a venda de blocos de exploração.
Exemplo é o Polo Norte Capixaba, com exploração de petróleo em terra nos municípios de Jaguaré e São Mateus, na lista de bens a serem vendidos desde o último mês.
Há ainda ofertas em aberto para venda de campos de gás e para os Polos Golfinho e de Camarupim, no alto-mar, em São Mateus.
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento do Estado (Sedes) destacou que o reposicionamento estratégico da Petrobras no Estado abre oportunidades para novas empresas atuarem e que há expectativa de que o setor de petróleo e gás contribua para criação de empregos e renda, além de auxiliar em novos investimentos.
Essa versão também é sustentada pela Petrobras: “Vendendo algumas unidades no Estado, ampliamos a chance para que outros atores do mercado possam atuar. Outras empresas, com estratégias e foco específico para estas unidades, poderão fazer investimentos, fomentando as economias locais.”
A Petrobras garantiu que não haverá demissões e que os funcionários poderão ser transferidos para trabalhar em outras unidades.
O analista do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Elimar Lorenzon, disse que, das 2.500 vagas anuais nas novas empresas que comprarem os ativos, de 10% a 15% serão empregos diretos. “É algo muito positivo.”
O consultor empresarial Durval Vieira de Freitas, da DVF Consultoria, relata que algumas empresas já estão interessadas nos ativos da Petrobras, e que a compra garantiria a manutenção de terceirizadas.
“Empresas como Petromais, Ubuntu e até a Imetame são as que parecem estar interessadas. Veremos uma criação de mais de 25 mil empregos até 2030. Além disso, empresas terceirizadas já ativas não serão prejudicadas, porque poderão prestar serviços a esses novos investidores”, destacou.
Apesar de reduzir suas atividades no Espírito Santo, a Petrobras seguirá realizando investimentos voltados para o pré-sal presente na região Sul capixaba. A empresa tem planos para investir e produzir no campo de Jubarte, na região chamada de Parque das Baleias, na faixa litorânea entre Presidente Kennedy e Piúma.
A estatal não pretende deixar o Estado, mesmo com a mudança de estratégia para conter o alto endividamento causado pela crise da Operação Lava a Jato, que já fez com que, em estados do Norte e Nordeste do País a estatal iniciasse um processo, para parar de operar nessas regiões em definitivo.
Investimento de R$ 5 bilhões no Sul capixaba em 2023
De acordo com o analista do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Elimar Lorenzon, a Petrobras vai implementar na região um novo navio-plataforma em 2023, o FPSO Integrado Parque das Baleias, que garantirá a criação de 300 empregos diretos.
“O investimento será acima de R$ 5 bilhões. Só de empregos diretos, serão 300 profissionais, que ficarão embarcados e serão altamente especializados. Como o salário deles será alto, é algo que permitirá ao Estado fomentar sua economia, em algumas regiões, já que parte deles poderá vir morar no Estado”.
O investimento interligará 25 poços de petróleo, entre novos e outros em operação, que vão produzir tanto para o novo navio-plataforma quanto para outras estruturas existentes na região. O empreendimento, quando estiver operando, deve produzir 100 mil barris de óleo.
Em seu site, a Petrobras explicou por quê está focando em atividades offshore, em especial o pré-sal.
“É nessa área que temos reconhecimento internacional por nossa presença, capacidade técnica e tecnologia desenvolvida. Esta realidade nos coloca em uma posição privilegiada frente à demanda de energia mundial. Precisamos aproveitar. Não temos preferência por localização geográfica: vamos onde o petróleo e a criação de valor estiver. As nossas melhores oportunidades estão no mar, em água profundas e ultraprofundas”.
ENTENDA
Mudança de estratégia
- Desde o início da crise criada pela Operação Lava a Jato, a Petrobras decidiu reduzir suas atividades para conter o alto endividamento.
- Com isso, a empresa deixará de operar em algumas regiões, como no caso dos estados de Norte e Nordeste do País.
Bacia do Espírito Santo
- Entre as operações afetadas são as presentes na Bacia do Espírito Santo, porção que compreende áreas em mar (offshore) e em terra (onshore) desde a Grande Vitória até a Bahia.
- os ativos da Petrobras nessa região já foram ou estão sendo vendidos para empresas que desejam realizar investimentos no setor.
- A empresa já vendeu, em outubro do ano passado, três campos em terra do Polo Lagoa Parda, na região de Linhares, para a capixaba Imetame Energia.
- Já em agosto, o consórcio Karavan SPE Cricaré S.A. comprou 27 campos terrestres do Polo Cricaré, que ficam em São Mateus, Jaguaré, Linhares e Conceição da Barra.
- Nesta semana, iniciaram as negociações para venda de blocos de exploração que foram colocados no pacote de desinvestimentos em junho.
Foco na região Sul
- A petrólífica não sairá totalmente do Estado, uma vez que o mesmo conta com poços do pré-sal.
- está nos planos da empresa continuar investindo e produzindo na região conhecida como Parque das Baleias, localizada na faixa litorânea entre as cidades de Presidente Kennedy e Piúma.
- Um dos investimentos já está definido: a instalação do navio-plataforma FPSO Integrado Parque das Baleias, em 2023. O investimento será de mais de R$ 5 bilhões.
- O empreendimento, quando estiver operando, deve produzir 100 mil barris de óleo.
Oportunidades
- A entrada de novas empresas nos locais que a Petrobras está vendendo deve criar entre 2 mil e 2.500 novos empregos para trabalhar com Petróleo e Gás, no Norte do Estado.
- Já a instalação do navio-plataforma no Parque das Baleias deverá criar pelo menos 300 empregos diretos para trabalhar na embarcação.
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