Histórias por trás dos monumentos

Historiadores revelam origem e curiosidades sobre estátuas que estão espalhadas pelo centro de Vitória

Daniela Esperandio | 06/09/2023, 16:00 16:00 h | Atualizado em 08/11/2023, 14:39

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/140000/372x236/Historias-por-tras-dos-monumentos0014925400202311081437/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F140000%2FHistorias-por-tras-dos-monumentos0014925400202311081437.jpg%3Fxid%3D660374&xid=660374 600w, José Cirillo explica que a estátua de Domingos Martins foi inaugurada em 1918, em homenagem ao revolucionário

Ao visitar o centro de Vitória, capixabas e turistas têm a oportunidade de conhecer a história do Espírito Santo por meio de 12 monumentos presentes na região.

De acordo com Giuliano de Miranda, historiador e pesquisador do Laboratório de Extensão e Pesquisa em Artes (Leena) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), os monumentos históricos são importantes reservatórios de memória que dialogam com a população e com o lugar em que estão inseridos.

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“Quando a gente se depara com um deles e paramos para analisar e admirar, entramos em contato com algo que já vimos na escola ou que sequer tínhamos conhecimento. De alguma forma, com isso, a gente vai se apropriando da identidade do nosso País. O monumento é a história contada em praça pública, seja ela qual for”, disse.

A estátua de Domingos Martins é uma das que podem ser encontradas no Centro. Inaugurada em 1918, foi feita pelo artista Corrêa Lima.

“A peça foi encomendada pelo governo do Estado para homenagear Domingos Martins, capixaba que foi um comerciante, revolucionário brasileiro e um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817”, explicou José Cirillo, professor da Ufes e coordenador do programa de pós-graduação em Artes e do Leena.

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É válido ressaltar que Domingos nasceu em Marataízes e posteriormente se mudou para Pernambuco. Lá, participou desse movimento que foi causado pela insatisfação popular em relação às condições de vida e interesses que divergiam com os da Coroa Portuguesa.

Dona Domingas, estátua feita pelo artista Carlo Crepaz, é outra obra que homenageia uma personalidade. Ela fica localizada na Praça Presidente Roosevelt.

“Essa senhora viveu, esteve entre nós, foi uma mulher que teve uma vida muito dura. Era moradora do bairro Santo Antônio e todos os dias saía de lá, andando, e passava pelo Centro recolhendo papéis. Era uma mulher trabalhadora, resiliente e forte, que se mantinha através desse trabalho. Ela é a única mulher negra eternizada em uma estátua no Estado”, explicou Fabíola Fraga Nunes, professora de educação básica da Prefeitura de Vitória.

Outras obras que podem ser encontradas no coração da capital são o Índio Arariboia, o Memorial Pessoas Imprescindíveis, A Evolução da Cidade de Vitória e o Monumento a Getúlio Vargas.

Memorial Pessoas Imprescindíveis

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Inaugurado em 2012, o Memorial Pessoas Imprescindíveis foi criado pela artista Cristina Pozzobon. A peça, que tem o material de aço naval, está localizada na Praça Costa Pereira.

Ela faz referência a seis vítimas da ditadura militar no Espírito Santo. Por volta da década de 1970, elas desapareceram e nunca mais foram encontradas.

Gravado no piso está a frase: “Direito à memória e à verdade. Aos que morreram durante a ditadura militar por um país livre”.

Monumento à Mãe

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É uma obra em aço carbono do artista Maurício Salgueiro, que está localizada na Praça Costa Pereira.

Inaugurada em 1972 e com mais de três metros de altura, ela representa o útero materno e o relacionamento entre mãe e filho.

A obra possui duas esferas de aço de diâmetros diferentes: a esfera maior representa a mãe e a menor, o filho ou filha. Há um tubo sinuoso que representa o cordão umbilical. No ano de 2007, a Prefeitura de Vitória realizou um trabalho de restauração, feita pelo professor Vilar.

Monumento ao Expedicionário

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Localizada na Praça João Clímaco, a obra, feita por Leonardo Lima, homenageia os soldados capixabas que foram integrantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial e morreram durante operação na Itália.

Representa um soldado no instante entre ele ser alvejado e cair desfalecido. Em uma das placas está o nome dos soldados que foram mortos. O monumento foi inaugurado dentro do contexto dos 400 anos da cidade de Vitória.

A Evolução da Cidade de Vitória

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Localizada na Praça Costa Pereira, a obra A Evolução da Cidade de Vitória foi inaugurada por volta de 1970.

Ela é composta por quatro anéis metálicos de diâmetros diferentes, que estão sob uma base piramidal de concreto.

A encomenda desse monumento foi feita sob gestão do prefeito Setembrino Netto, que atuou no município no período de 1967 a 1970, e também em 1975, para representar o crescimento e o desenvolvimento da cidade de Vitória.

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