Nova varíola já causa sobrecarga em laboratórios
Especialistas alertam que a baixa capacidade de testagem prejudica a identificação dos casos e o controle da disseminação do vírus
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O aumento de casos confirmados e suspeitos da nova varíola no País começa a sobrecarregar laboratórios referenciados para o diagnóstico da doença. Para evitar um descontrole sobre a disseminação do vírus, eles pedem para que o Ministério da Saúde credencie mais locais para a testagem.
Especialistas alertam que a baixa capacidade de testagem prejudica a identificação dos casos e, consequentemente, o controle da disseminação do vírus.
Hoje, o Brasil tem apenas quatro locais para análise de amostras suspeitas desse tipo de varíola, conhecida também como varíola dos macacos. Todos ficam no Sudeste: Instituto Adolfo Lutz (em São Paulo), o Instituto Oswaldo Cruz e a UFRJ (ambos no Rio de Janeiro) e a Fundação Ezequiel Dias (em Belo Horizonte).
O Instituto Adolfo Lutz é o que concentra a maior parte das análises. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a unidade tem processado, em média, 200 amostras por dia, sendo que 90% delas são liberadas em 24h.
A reportagem apurou que o tempo para a liberação dos resultados no instituto tem aumentado conforme cresce a demanda por testes. Há algumas semanas, todas as amostras eram processadas em menos de um dia. Em nota, a secretaria disse que a unidade tem “plena capacidade de processamento das amostras”.
Além do aumento de casos da nova varíola, o instituto também faz análise de exames de covid-19, por isso, o risco de sobrecarga nas análises.
O Brasil registrou na última sexta-feira a primeira morte devido a essa doença. Segundo o Ministério da Saúde, o País já tem 1.066 casos confirmados da nova varíola. Em 9 de julho, eram 218.
A doença foi classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como emergência pública de preocupação global. A entidade também já declarou que considera a situação do Brasil para a enfermidade como alarmante.
Após o anúncio do primeiro óbito, o Ministério da Saúde encomendou 50 mil doses de vacina contra a doença. A expectativa é de que cerca de 20 mil doses cheguem em setembro e o restante em outubro.
A pasta afirma que o objetivo é vacinar os profissionais de saúde que lidam diretamente com amostras biológicas e pessoas que tiveram contato com os infectados.
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- No Brasil, são 1.066 pessoas contaminadas pela doença, sendo 823 apenas no estado de São Paulo.
- Há ainda 124 diagnósticos no Rio de Janeiro; 44 em Minas Gerais; 21 no Paraná; 15 no Distrito Federal; 13 em Goiás; 5 na Bahia; 4 em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará; 3 em Pernambuco; 2 no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte; e 1 no Acre e em Tocantins. Foram registradas também 513 suspeitas, que estão em monitoramento.
- Os principais sintomas são cansaço, febre, dor de cabeça e lesões cutâneas. A testagem é pelo método reação em cadeia da polimerase (PCR).
- Diante do cenário epidemiológico atual, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recomenda cuidados para evitar a propagação da doença.
- As recomendações são evitar o contato direto com pessoas sintomáticas infectadas e realizar higienização de superfícies e mãos de forma constante, além do uso de máscara, caso haja convivência com pessoa suspeita ou confirmada.
Fonte: Ministério da Saúde e Sesa.
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