Injeção para perder peso é liberada para adolescentes

| 12/08/2020, 15:09 15:09 h | Atualizado em 13/08/2020, 18:48

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-08/372x236/injecao-para-perder-peso-e-liberada-para-adolescentes-97641cab32ae6684db5b558b3285f54c/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-08%2Finjecao-para-perder-peso-e-liberada-para-adolescentes-97641cab32ae6684db5b558b3285f54c.jpeg%3Fxid%3D136698&xid=136698 600w, O nutrólogo Roger Bongestab destaca que, além do  remédio, é preciso  ter uma mudança no estilo de vida

Sanduíches, sorvetes e biscoitos recheados são algumas das comidas preferidas pelos adolescentes. Só que o consumo desses alimentos pode contribuir para o aumento de peso e, consequentemente, a obesidade.

Pela primeira vez, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde, liberou a liraglutida, um medicamento injetável, para ajudar no tratamento de adolescentes acima do peso.

Há critérios para o uso da injeção, como peso corporal acima de 60 quilos e índice de massa corpórea (IMC) igual ou maior que 30. A mesma indicação já se encontra aprovada para pacientes adultos.

O Brasil é o primeiro a liberar esse medicamento para adolescentes a partir dos 12 anos, segundo o médico nutrólogo e professor da pós-graduação de Nutrologia do Albert Einstein, Roger Bongestab.

O médico ressalta que a liraglutida tem sido um dos melhores tratamentos para obesidade em adultos, mas reforça que é preciso ter uma mudança no estilo de vida, associada ao remédio.

“Para os adolescentes, assim como os adultos, é necessário que seja feita uma análise da composição corpórea, que mede a quantidade de gordura e a sua distribuição pelo corpo. Por meio dessa análise, traçamos um plano alimentar e de atividades físicas”, explicou.

A endocrinologista pediátrica Nadia Kleine destacou que, nos estudos apresentados, o uso do remédio não causou prejuízo ao crescimento nem alterações no desenvolvimento da puberdade.

“Começa-se com uma dose baixa e vai aumentando até a dose máxima de 3 miligramas diariamente. A medicação é de aplicação subcutânea, em dose única diária”, disse.

“Como há uma alta frequência de efeitos adversos moderados, como náuseas, vômitos e diarreia, esse tratamento deve ser muito bem indicado, não sendo recomendado para todos”, ressaltou.

A endocrinologista Mariana Guerra explicou que a liraglutida imita um hormônio produzido no intestino, após o consumo de alimentos.

“Essa medicação atravessa a barreira do cérebro e estimula o centro da saciedade. O cérebro entende que estamos saciados. Além disso, ela retarda o esvaziamento gástrico, ou seja, a pessoa come menos e fica mais satisfeita”, explicou Mariana.


SAIBA MAIS


Aprovação

  • A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou, pela primeira vez, a liraglutida, remédio já indicado para perda de peso em adultos, para uso em adolescentes, a partir dos 12 anos. O Brasil é o primeiro país a permitir o uso da injeção para essa faixa etária.
  • Há critérios para o uso, como peso corporal acima de 60 kg e índice de massa corpórea (IMC) igual ou maior que 30. A mesma indicação já é aprovada para pacientes adultos.
  • A Liraglutida retarda o esvaziamento gástrico e induz a perda de peso, por meio da redução do apetite e diminuição da ingestão de calorias. Associada a uma mudança no estilo de vida, ela apresentou diminuição do IMC, melhorias na glicose e no colesterol. O tratamento não causou prejuízo ao crescimento e desenvolvimento da puberdade.

Obesidade

  • Pesquisas do Ministério da Saúde indicam que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas e 18,9% dos adultos estão acima do peso. A estimativa é que, para 70% das crianças com obesidade, o problema evolui para doença na fase adulta.

Fonte: Anvisa, Ministério da Saúde e médicos consultados.

LEIA MAIS:

Injeção para emagrecer liberada para adolescentes tem efeitos colaterais

SUGERIMOS PARA VOCÊ: