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Entretenimento

Rafael Cortez: “É a fase mais difícil para fazer comédia”


Imagem ilustrativa da imagem Rafael Cortez: “É a fase mais difícil para fazer comédia”
Rafael Cortez apresentou “Antivírus, o Show”, em formato drive-in, e hoje o vídeo está disponível no seu canal no YouTube |  Foto: Divulgação


Houve o tempo em que o comediante Rafael Cortez ria dos outros. Depois, passou a fazer piadas de si mesmo, o que divertia a plateia, mas afetava sua vida pessoal. “Fiz tanto autobullying que chegou um momento em que passei a acreditar nas coisas que dizia no palco. E aí comecei a não me sentir bem comigo mesmo”, lembra o paulistano ao AT2.

Mas hoje, aos 44 anos e consciente de que os tempos mudaram, ele se compromete a fazer um novo tipo de humor. “Estou no terceiro movimento, o mais difícil na minha carreira, mas que vou até o final: rir das coisas com as pessoas, e de uma maneira que ninguém se chateie. Num Brasil tomado pelo politicamente correto, por tanto 'mimimi', patrulhamento ideológico e cancelador de plantão, tenho certeza que é a fase mais difícil de fazer comédia, não só na minha carreira, mas de qualquer pessoa que se aventure a fazer o que eu estou fazendo”, reflete.

E foi tomando todos os cuidados em relação ao sentimento do outro que ele montou, durante a pandemia, o espetáculo “Antivírus, o Show”. “Tenho orgulho de fazer um show que não tenha uma citação mórbida ou de mau gosto. Ele não fala de coronavírus, da doença. Tem uma ou outra referência, mas todo o restante é sobre isolamento social”, explica.

Para produzir o roteiro do primeiro e único registro de um solo de comédia em formato de drive-in, cujo vídeo já está disponível em seu canal no YouTube, Rafael contou com a ajuda do público de forma virtual.

“As sessões online foram importantes porque as pessoas não estavam só dizendo 'essa piada é boa'. Elas diziam: “É exatamente isso que estou vivendo'. E aí começaram a me dar referências de coisas que não vivo. Por exemplo, eu não tenho filhos. Aí alguém disse: 'Tem que falar das crianças em casa, é um inferno! Elas querem brincar no parquinho e a gente não pode levar para as áreas recreativas, mesmo pagando caro no condomínio'. Pensei: 'Opa, isso é legal'”.


Rafael Cortez - Humorista e músico “Não gosto que a buzina substitua risada ou aplauso”


AT2: Na pandemia, fez lives musicais e de humor, lançou solo e vai lançar CD. Foi uma fase produtiva!?
Rafael Cortez: Fiz bastante coisa, porque adotei a política do produzir conteúdo, e não de consumir conteúdo. Sou parte dessa turma que falou: “Vamos arregaçar as mangas e aproveitar que não tem mais desculpa”. Se estava postergando fazer um show novo de comédia, não tinha mais desculpa! Não tinha tempo para nada antes, agora o que mais tinha era tempo. As ideias estavam na caixola, então comecei a desenhar tudo e fazer a minha parte.

Vê o humor como um antídoto para momentos ruins?
O comediante é parte fundamental da sociedade. Ele tem um papel revitalizador, porque a comédia, muitas vezes, é o antídoto. Ela é o reflexo do que está acontecendo, mas com um olhar leve. Então, o antivírus do show faz justamente o uso desse direito e também do dever que o comediante tem: de trazer uma visão divertida até da coisa mais tensa.

Não falo de morte no meu solo. A função do comediante de bom gosto é tentar encontrar um meio-termo. Me sentiria péssimo se fizesse um show sobre coronavírus e risse de uma coisa que fez tanta gente chorar, sofrer. Mas me sinto orgulhoso de encontrar no meio desse drama um elemento leve: o isolamento social.

Fazer um solo no formato drive-in está entre as coisas mais diferentes que já fez?
É inacreditável! A maior dificuldade de fazer comédia neste momento foi não ter cobaias. Quando montamos um show, a gente primeiro testa as piadas. Vai para um barzinho, faz o texto novo e vai vendo a plateia reagir.

Não gosto que a buzina substitua a risada ou o aplauso, mas era o que podia fazer. Particularmente, fiquei animado de ser o único cara da comédia stand-up brasileira fazendo conteúdo inédito.

Com qual dos temas tratados você mais se identifica?
Assim como muitos colegas, estou um pouco irritado com minha casa. Gosto dela, mas não para morar 24 horas por dia. Digo no show que a casa da gente é um lugar que a gente gosta, desde que possa sair de manhã pra trabalhar e voltar à noite pra dormir. E a gente até considera passar um final de semana inteiro nela, desde que a gente esteja bêbado. (Risos)

É mais conhecido pelo seu lado comediante. Como a música apareceu na sua vida?
A primeira de todas as artes a me tocar foi a música. E é estranho, porque ninguém da minha família é músico. Por muito tempo, organizei minha vida pra ser um grande músico. Só não virei porque não tive a disciplina necessária. E aí outras artes tomaram conta de mim. Mas nunca abandonei a música.

Desejo que um dia minha carreira seja multifacetada, que todo mundo me reconheça como um comediante bom e também um bom músico e apresentador.

Em breve, lança seu 5º disco. Queria lançá-lo antes da pandemia?
Sim. A pandemia trouxe uma amarração para o projeto. Praticamente todas as músicas falam sobre aspectos da pandemia. “Um Abraço” fala da necessidade de manter abraços em quem a gente ama ainda ativos, mesmo não sendo físicos. Vai ser o disco mais bonito da minha carreira e até o começo do 2º semestre estará aí.

Tem a direção musical do Pedro Mariano, filho de Elis Regina e César Camargo Mariano.

Você e sua namorada, Marcella Calhado, são responsáveis por um ateliê de confeitaria. Como manter o peso diante de tantas delícias?
Quem põe a mão na massa é ela. Não sei fazer nem brigadeiro. Tem hora que não aguento e como um monte, mas sou muito disciplinado.

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