“Quero fazer tudo o que meu pai não fez por mim”, diz ator
Na crista da onda. Ou, melhor, com a faca e o queijo na mão. Totalmente “apaixonaaaaado”, como ele mesmo diz, pela vida na roça, João Baldasserini vive seu melhor momento.
“É um tipo de homem que não estamos acostumados a ver hoje em dia. É um homem em extinção!
Ele não sabe lidar com a maldade. Ele tem uma pureza, algo que está se perdendo hoje em dia”, contou o ator, em conversa com a imprensa sobre o caipira Zezinho, de “Salve-se Quem Puder”.
Enquanto isso, o paulista de 36 anos também se empenha em um outro papel, igualmente desafiador: o de pai do pequeno Heleno, de 3 meses. “Paro para pensar na minha referência de pai, ele não foi presente. Eu tinha 5 anos quando meus pais se separaram e não o via muito. Ele era alcoólatra e faleceu aos 57 anos. Quero fazer o tudo que meu pai não fez por mim”, refletiu ele, em conversa com o GShow.
O momento, para Baldasserini , é uma “fase de amor”. “Nasceu um pai. E a responsabilidade! Vieram novela nova, filho, casamento. Há um ano, eu estava perdido por aí. Mas a Erica é incrível. É o oposto de mim. É paciente, me ouve, me dá um norte. A gente está passando por essa fase de amor juntos”, contou citando a esposa.
E o amor é um dos dilemas de Zezinho, para ele um “fofo,” que vive um triângulo amoroso com Alexia (Deborah Secco) e Renzo, (Rafael Cardoso). “É um personagem que vai entrar pra minha história! Digo isso pelas coisas que eu ouço dentro da própria produção, da equipe técnica por trás das câmeras, o pessoal da edição… Ouço dizerem que o Zezinho é o máximo. Eu acabo de gravar e digo: ‘Como sou fofinho!’. Enfim!”, riu.
O que ele diz
Homem em extinção
“Parece clichê, porque a gente ganha um personagem e sempre diz que é um presente, mas é isso. É o melhor papel, para mim, até hoje na televisão! É um personagem leve e superdivertido. Ele é um cara criado na roça, muito simples, puro e sem influência da cidade grande... É um tipo de homem que não estamos acostumados a ver hoje em dia. É um homem em extinção! Ele não sabe lidar com a maldade. Ele tem uma pureza, algo que está se perdendo hoje em dia”.
“Seria um machão”
“O bonito é isso, é um homem que teoricamente seria um ‘machão’, mas ele foi educado pela mãe para ser respeitador com as mulheres. Ele não tem nenhuma pegada preconceituosa ou machista”.
Zezinho e Alexia
“O amor que ele desenvolve pela Alexia é uma relação de gato e rato. Ele sabe que está indo contra o serviço de protegê-la, mas ele tem o coração mole, não aguenta vê-la chorando”, fala sobre seu personagem em “Salve-se Quem Puder”.
Sonho em fazer um caipira
“Eu digo que eu faço o mínimo de esforço pra trabalhar, porque o autor já me traz todo o personagem no texto. Eu já tinha vontade de fazer um Dias Gomes, ou um 'Auto da Compadecida', no teatro ou no cinema, mas não imaginava que eu ia fazer na televisão. E, quando eu vi o (Sergio) Guizé fazendo o Candinho (em 'Êta Mundo Bom!'), eu disse: 'Ai, que inveja!'. (Risos) É muito bom para um ator pegar um papel desses, que tem uma composição. Porque a gente sai do comum e tem a oportunidade de mostrar um outro lado do trabalho. Eu tô apaixonaaaado!”.
Popular
“Zezinho não é comediante, mas ele é tão autêntico que a gente acaba rindo da beleza deste tipo de ser humano. Porque isso está em falta, a gente desconfia de tudo. E o Zezinho é maravilhoso, Zezinho é popular, Zezinho é fofo! Eu amo o Zezinho! Se depender de mim, eu faço mais três anos de Zezinho! Partiu roça!”
Bebê
“Ele é muito bonzinho. Está lindo, mamando bem, ganhando peso. Toma banho no peito do papai. Vira um sapinho, gruda e se encolhe todo, muito gostoso. Ele já interage com um sorrisinho. Estamos numa fase de descobertas e hipnotizados”, disse ele ao Gshow sobre Heleno, seu primeiro filho, com a esposa, Erica Lopes.
Melhor fase
“Estou cuidando da saúde e fui para a terapia para entender este momento. Sem dúvida, isso vai refletir no meu filho. Estou na minha melhor fase, realizado total”.
Mudanças
“Sem dúvida, eu fiquei menos egoísta. Por muito tempo, boicotei a minha felicidade. Faço um exercício de aceitá-la e valorizar as pessoas próximas. Tomo café da manhã com minha esposa, estou em uma festa com a cabeça na família. A Erica tem mais vontade de ter outro filho, mas vamos pensar. Quem sabe daqui a dois anos? Ano passado, comecei a dar mais amor para mim, ensaiando a paternidade quando adotei um cachorro. Foi um preparatório sobre cuidar de outro ser. Não tem nada mais lindo do que dar amor”.
Brincalhão
“Vou ser o pai brincalhão, que vai trazer a arte, o mundo colorido, contar história, cantar musiquinha, um pai lúdico. Vou dar meus conselhos, muito amor e deixar que ele faça as escolhas dele”, previu o ator.
“Tem um lado patético”
“Foi um trabalho difícil, bem sério (se referindo ao vilão de 'O Tempo Não Para', Emílio-Lúcio). Não é que eu queira fazer só comédia, mas acredito que toda pessoa tem um lado patético, uma gafe… e eu acho que é isso que pode pegar o público”.
“Vilão precisa ser meio torto”
“O que eu espero depois dessa novela é ter uma oportunidade de fazer uma novela das nove. Não que eu vá deixar de fazer comédia. Mas acho que há como colocar humor até em cenas dramáticas. Acho que isso dá um colorido, até para o vilão. Acho que o vilão, hoje em dia, precisa ser meio torto. Se a gente olhar para o nosso governo, para os nossos representantes, eles são engraçadíssimos”.
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